Apeoesp denuncia fechamento de salas de aula e cortes no ensino técnico
São Paulo – O ano letivo nas escolas estaduais de São Paulo começou dando dois passos para trás: o fechamento de salas de aula e cortes de vagas do programa Vence, que oferece bolsas de estudo no ensino técnico a alunos do ensino médio, em instituições credenciadas, como o Centro Paula Souza e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo.
De acordo com levantamento feito pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), cerca de 3 mil salas foram fechadas, o que acarreta superlotação e prejudica o aprendizado.
“Quando você tem essa realidade, o professor que tem várias turmas não consegue dar um atenção adequada a esses alunos. Isso compromete o diálogo em sala de aula, há um barulho excessivo e, consequentemente, compromete a aprendizagem”, afirmou Paulo Neves, diretor estadual do sindicato, à TVT.
O diretor da Apeoesp também denuncia que o fechamento das salas causou desemprego e precarização das condições de trabalho. “Os temporários que podem atuar, que são os chamados categoria O, que praticamente é um vínculo totalmente precarizado com a rede, pegaram aulas em duas, três, quatro escolas, ou seja, ficam totalmente precarizados.”
Além de reduzir a quantidade de salas de aula nas escolas estaduais, a Secretaria Estadual da Educação cortou 10 mil vagas no programa Vence. As matrículas estavam confirmadas desde o ano passado e o comunicado do governo do estado sobre o corte das vagas chegou apenas às vésperas do início das aulas.
“O e-mail diz, simplesmente, que era para excluir os alunos. Nós não temos nenhuma sinalização com relação ao futuro desses alunos que entraram e acreditaram no programa”, afirma o diretor de uma das escolas ligadas ao programa.
A Secretaria da Educação informou, por meio de nota, que não há redução de estudantes beneficiados pelo programa Vence, e que metade dos alunos iniciará o curso agora e a outra metade ao longo do ano. Já sobre o fechamento de turmas denunciado pela a Apeoesp, a secretaria informou também que a readequação do número de salas de aula é rotina a cada início de ano letivo e que a média de alunos é a respeitada, desmentindo o que afirmam os professores, que estão dentro da sala de aula.