Relator do PL do Veneno recebeu R$ 380 mil de ruralistas na campanha de 2018

O deputado federal bolsonarista Luiz Nishimori (PL-PR), o relator do criticado PL do Veneno (PL 6299/02), recebeu um grande apoio financeiro de empresários ligados ao agronegócio, ruralistas, durante as eleições de 2018. O projeto aprovado na quarta-feira (9) põe nas mãos do Ministério da Agricultura o poder de liberar novos agrotóxicos no Brasil e enfraquece mecanismos de regulação da Anvisa, do Ministério da Saúde e do Ibama.

Segundo levantamento realizado pelo jornalista Paulo Motoryn, do Brasil de Fato, através do portal DivulgaCand Contas, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o relator do PL do Veneno recebeu R$ 380 mil de ruralistas na campanha eleitoral de 2018. “Todas as dez doações individuais recebidas por Nishimori na campanha eleitoral foram realizadas por figuras ligadas ao setor”, destaca a reportagem. Veja aqui na íntegra.

Anildo Kurek, sócio da FTS Sementes e da Elaine Agropecuária, foi o maior doador, com R$ 80 mil em doações.

O PL do Veneno ficou 20 anos engavetado e foi votado após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se mobilizar junto à Bancada Ruralista para recolocá-lo em pauta. O texto final, de Nishimori, centraliza no Ministério da Agricultura a análise de agrotóxicos e prevê a concessão de registro temporário.

A proposta aprovada na Câmara enfraquece o Ministério da Saúde, a Anvisa e o Ibama, órgãos científicos que atualmente realizam os testes técnicos para aferir a segurança dessas substâncias perigosas usadas nas lavouras. Esses órgãos continuarão emitindo pareceres, mas somente a Agricultura poderá aplicar as penalidades e realizar auditorias. O texto segue para o Senado.

CTB

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