Assembleia histórica dos docentes do Sesi-SP aprova acordo e consolida vitórias da greve

Acordo garante 5,2% de reajuste, 0,83% de ganho real e cláusulas sociais até 2026

Unidos por mobilização e coragem, os professores e professoras do Sesi-SP conquistaram importantes vitórias após dois dias de greve e semanas de intensa luta em defesa de seus direitos. A assembleia realizada na noite desta terça-feira (15/04), de forma remota, consolidou um dos movimentos mais expressivos da história da rede, com a aprovação de um acordo que garantiu ganho real de 0,83% nos salários. O reajuste total será de 5,7%, considerando os 5,2% de aumento salarial e os 0,5% referentes à valorização da hora-atividade, que passa de 15% para 15,5% e continuará sendo paga mensalmente.

A proposta aprovada inclui também:

  • Abono das faltas referentes aos dias de greve (31/03 e 01/04);
  • Garantia do pagamento dos dias parados sem reposição;
  • Estabilidade no emprego até 15 de maio para todos os docentes;
  • Extensão do reembolso creche também aos professores do sexo masculino
  • Manutenção das cláusulas sociais do Acordo Coletivo até 2026.

A assembleia contou com a participação presencial e online de quase 500 docentes, refletindo o espírito combativo que marcou todo o processo de mobilização. Em momentos-chave da campanha, algumas assembleias chegaram a reunir mais de mil professores e professoras — um indicativo claro da disposição de luta da categoria.

A paralisação de dois dias, realizada em 31 de março e 1º de abril, foi a primeira greve nas escolas do Sesi-SP em 30 anos. A ampla adesão ao movimento foi decisiva para romper a intransigência da instituição patronal nas negociações.

Durante a audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), ocorrida no dia 15 de abril, representantes da Fepesp (composto por 26 sindicatos de professores do estado) e do Sesi chegaram a um entendimento que reconheceu a legitimidade da greve e assegurou avanços importantes — conquistas que seriam impossíveis sem a mobilização da categoria.

“Foi com a greve que quebramos a resistência do Sesi na mesa de negociação”, destacou Celso Napolitano, presidente da Fepesp e do Sinpro-SP. “Parabéns aos professores pelo empenho. Nossa missão agora é fiscalizar e fazer valer cada conquista do acordo aprovado.”

O movimento grevista representou uma virada decisiva no processo de negociação. Até então, as tratativas com a instituição patronal estavam marcadas por impasses e uma postura de desrespeito aos trabalhadores. A insatisfação da categoria, somada à crescente mobilização nas assembleias, levou à deflagração da greve — que, embora breve, teve impacto imediato. Foi somente após a forte adesão dos docentes e a formalização do pedido de dissídio coletivo que o cenário começou a mudar. A mediação conduzida pelo TRT foi crucial para o avanço das negociações e a construção do acordo.

“Estávamos enfrentando um completo desprezo nas primeiras rodadas de negociação. O Sesi demonstrava desrespeito aos nossos representantes e à categoria. Mas a greve nos fortaleceu. Foi a partir da mobilização massiva, do pedido de dissídio coletivo no TRT e das audiências subsequentes que o Sesi mudou sua postura”, afirmou Conceição Fornasari, presidente do Sinpro Campinas e Região.

O acordo aprovado tem efeitos retroativos a 1º de março, data-base da categoria. Atualmente, pelo menos 4 mil docentes atuam nas escolas do Sesi em todo o Estado de São Paulo.

Agora, os sindicatos já se preparam para a campanha salarial de 2026. A força demonstrada em 2024 será a base para novas batalhas da categoria.

“Nos sentimos vitoriosos. E já nos preparamos com força para a campanha salarial do Sesi do ano que vem. Parabéns à comissão de negociação, à base e, por que não, ao TRT, que cumpriu seu papel na mediação. A história foi feita por nós, professores e professoras”, finalizou Conceição.

Contee: A luta unificada é inabalável

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) parabenizou os trabalhadores e trabalhadoras da rede Sesi-SP pela greve histórica e pelos desdobramentos positivos conquistados com a mobilização.

“A categoria unida é inabalável. A conquista de direitos nasce desse sentimento de luta e coletividade. A greve dos docentes do Sesi-SP é um exemplo de resistência, organização e consciência de classe. A Contee se orgulha de cada professor e professora que esteve nessa caminhada”, afirma a direção da Confederação.

A vitória alcançada pelos docentes foi não apenas econômica, mas também política e simbólica. Uma afirmação clara de que os direitos não se pedem — se conquistam.

Com informações da assessoria de imprensa do Sinpro-SP

Por Romênia Mariani

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