Com referências ao carnaval e a ‘Ainda estou aqui’, atos pela vida das mulheres acontecem pelo Brasil; confira a agenda

Com manifestações marcadas por todo o país, o Dia Internacional de Luta das Mulheres chega em 2025 pouco depois do Carnaval, de casos de feminicídio ganhando as manchetes, de uma chacinapraticada pela polícia em Salvador, da premiação no Oscar do filme Ainda Estou Aqui e do avanço da denúncia por tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas.

Além das pautas históricas do movimento feminista, como o fim da violência contra as mulheres, a legalização do aborto e a igualdade salarial, os atos levantam as bandeiras do fim da brutalidade policial racista, “sem anistia para golpistas” e trazem, em alguns de seus eixos, o título do filme protagonizado por Fernanda Torres. A citação faz referência à continuidade da luta contra o autoritarismo dos tempos da ditadura aos dias atuais.

“Onde for possível, o ato acontecerá no próprio 8 de março, aproveitando a ludicidade do Carnaval para reforçar uma identidade visual que divulga nossas pautas e bandeiras de luta”, declarou a secretária nacional da Mulher da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Amanda Corcino. A entidade sindical lançou a campanha “Pela vida de todas as mulheres, ‘ainda estamos aqui’: pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários e pela democracia – sem anistia para os golpistas”.

Também com a ideia de engrossar o “chorinho” do Carnaval, coletivos em Campo Grande (MS) resolveram fazer outra versão do já tradicional bloco “Enterrando os ossos”. Este ano, ele sai no 8M batizado de “Enterrando o patriarcado”, trazendo como principal tema a revolta com o feminicídio sofrido pela jornalista Vanessa Ricarte em 12 de fevereiro, morta pelo ex-namorado horas depois de conseguir uma medida protetiva.

“Somos as principais responsáveis pelo trabalho que sustenta a vida nas casas e nas comunidades. Por isso, somos também a força necessária para virar esse jogo”, destaca o informativo deste 8M da Marcha Mundial das Mulheres (MMM).

“Mais de cem anos atrás, mulheres resistentes iniciaram a Revolução Russa com uma grande mobilização pelo fim da guerra e da fome. Isso inspirou a criação do 8 de março como um dia de luta. Hoje lembramos essa história porque queremos continuar essa luta radical por uma sociedade de igualdade, liberdade e paz”, afirma a entidade feminista, que completa 25 anos.

No sábado (8) também será lançada a 6ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, com atividades em diferentes países até 17 de outubro, sob o mote “contra as guerras e o capitalismo, pela soberania dos povos e pelo Bem Viver”. Com passeatas, coletivas de imprensa e outras ações, o movimento pretende pautar a defesa dos bens comuns contra empresas transnacionais, a economia feminista, o fim da violência contra as mulheres, a autonomia sobre os corpos e sexualidade, a paz e a desmilitarização.

Por cair neste ano em um sábado, o 8M tem atividades e protestos marcados em horários variados pelo país. No Rio de Janeiro (RJ), para não coincidir com blocos carnavalescos agendados para este fim de semana, o protesto ficou para segunda-feira (10). Manifestações foram convocadas em ao menos 21 capitais, além de muitas outras cidades.

Confira atos do 8M já confirmados:

Manaus (AM) – às 15h na Praça do Relógio

Belém (PA) – sábado (8) às 8h no Boulevard da Gastronomia

Natal (RN) – sábado (8) às 9h em Caju da Redinha

Olinda (PE) – sábado (8) às 15h no Varadouro

Teresina (PI) – sábado (8) às 8h na praça Rio Branco

São Luís (MA) – às 15h na Praça da Deodoro

Fortaleza (CE) – às 8h na Praça da Bandeira

João Pessoa (PB) – sábado (8) às 11h30 na Praça Dom Adalto

Campina Grande (PB) – sábado (8) às 13h na Praça dos Três Pandeiros

Maceió (AL) – sábado (8) às 9h no Maceió Shopping

Aracaju (SE) – sábado (8) às 8h na Praça Fausto Cardoso

Salvador (BA) – sábado (8) às 14h no Cristo da Barra

Brasília (DF) – sábado (8) a partir das 13h na Torre de TV

Cuiabá (MT) – sábado (8) às 8h na Praça Alencastro

Goiânia (GO) – sábado (8) às 9h na Praça Botafogo

Campo Grande (MS) – sábado (8) às 15h na Esplanada Ferroviária

Rio de Janeiro (RJ) – segunda (10) às 16h na Candelária

Vitória (ES) – sábado (8) às 9h na Praça Costa Pereira

Belo Horizonte (MG) – sábado (8) a partir das 10h na Praça Raul Soares

São Paulo (SP) – sábado (8) a partir das 14h no MASP

Campinas (SP) – sábado (8) às 9h no Largo do Rosário

Indaiatuba (SP) – sábado (8) às 9h na Praça Dom Pedro II

São Carlos (SP) – sábado (8) às 9h na Igreja São Benedito

Praia Grande (SP) – sábado (8) às 16h na Praça 19 de Janeiro

Guarulhos (SP) – sábado (8) às 9h no calçadão

São José dos Campos (SP) – sábado (8) às 9h na Praça Afonso Pena

Curitiba (PR) – sábado (8), às 10h na estátua de Enedina Alves (Boca Maldita)

Florianópolis (SC) – sábado (8) às 10h no Largo da Alfândega e segunda (10) às 16h na praça Tancredo Neves

Joinville (SC) – sábado (8) às 14h na Praça da Estação da Memória

Chapecó (SC) – sábado (8) às 9h na Praça Coronel Bertasso

Porto Alegre (RS) – sábado (8) às 9h no Largo Glênio Peres

Novo Hamburgo (RS) – sábado (8) às 14h na Praça dos Imigrantes

Passo Fundo (RS) – sábado (8) às 16h na Praça da Cuia

Edição: Nicolau Soares

Do Brasil de Fato