Conjuntura: com Lula, Brasil desanuvia, mas juros estratosféricos mantêm País instável
Segundo Gilson, o País vai se estabilizando, com o crescimento do emprego, redução do desemprego, queda do dólar e da inflação. Todavia, embora haja conjunto de indicadores positivos, para alavancar a economia “é preciso reduzir os juros”, apontou
Em breve análise de conjuntura nacional e internacional, na reunião da Diretoria Executiva, nesta quinta-feira (22), o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, expressou que “as medidas sociais do governo Lula têm ajudado a melhorar a situação da população mais pobre”.
O programa Bolsa Família, que paga a milhões de famílias R$ 600, mais R$ 150 por filho menor de 7 anos é o “carro-chefe” dessa agenda social do governo Lula.
Todavia, mesmo com as “expectativas de redução dos juros”, o Banco Central, na reunião desta semana, manteve a taxa Selic em 13,75%. Diante disso, Gilson chamou o BC de “bolsonarista”. E de fato é, pois não há justificativa plausível para sustentar os juros nos patamares atuais.
“A ação do Banco Central compromete até mesmo a autonomia” da autoridade monetária do País, chamou a atenção o coordenador-geral da Confederação. Diante desse quadro, as centrais sindicais realizaram em várias partes do Brasil, nesta semana, manifestações contra os juros Selic.
O País sob Lula, segundo Gilson, vai se estabilizando, com o crescimento do emprego, redução do desemprego, queda do dólar e da inflação. Todavia, embora haja um conjunto de indicadores positivos, para alavancar a economia “é preciso reduzir os juros”, pontificou Gilson.
Bolsonarismo em crise
Ainda em relação à conjuntura nacional, Gilson chamou a atenção para o fato de o “bolsonarismo estar em crise”, apontou. Ele citou a cassação do ex-deputado e ex-procurador da República Deltan Dallagnou (Podemos-PR), um dos expoentes da Operação Lava Jata, que desmantelou a economia brasileira.
Gilson lembrou ainda que, nesta quinta-feira, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) iniciou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em ação aberta na Corte Eleitoral pelo PDT, que questionou a reunião do ex-chefe do Executivo, no Palácio da Alvorada, com representantes estrangeiros (embaixadores) no Brasil.
Naquela fatídica reunião realizada em 2022, Bolsonaro questionou, sem provas, as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.
CPMI do Golpe
O coordenador-geral citou a instalação e início dos trabalhos, nesta semana, da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso, cujo propósito é investigar os atos antidemocráticos que redundaram na invasão, depredação e vandalização das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O governo fez “maioria” no colegiado, destacou Gilson, para confrontar a chamada “narrativa bolsonarista” de que os atos de destruição das sedes dos Poderes foram obra de “petistas infiltrados”. Ninguém acredita nisto. Todavia, os parlamentares e apoiadores do ex-presidente tentaram emplacar essa tese delirante e exótica.
Educação e Trabalho
Na análise, Gilson também chamou a atenção para as dificuldades de o MEC (Ministério da Educação) resolver a agenda em relação ao segmento. Nesse aspecto, o MEC, segundo Gilson, ainda patina.
Do mesmo modo, o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) ainda tem dificuldades para enfrentar os dilemas do mundo do trabalho, em particular os relativo à Reforma Trabalhista.
Por fim, em relação à conjuntura nacional, Gilson chamou atenção para a eleição/aprovação do nome do advogado Cristiano Zanin, indicado por Lula, para ocupar cadeira de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). O Senado aprovou o nome de Zanin, por 58 a 18. O mínimo seria 41 votos.
Conjuntura internacional
Ao abrir a reunião da Executiva, o coordenador-geral destacou a “boa exposição internacional” do Brasil no cenário mundial, sob Lula. Com a visita ao Papa Francisco, nesta semana, Lula, segundo Gilson, “consolida a agenda internacional” do governo.
Ao mesmo tempo que o presidente Lula reafirma o Brasil no cenário internacional, confronta a política belicista da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e dos EUA em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia.
O presidente brasileiro quer se credenciar como mediador para fomentar a paz entre ambos, a despeito das provocações dos EUA e dos países da UE (União Europeia), que têm armado a Ucrânia contra a Rússia.
Pauta interna
Depois da análise de conjuntura, a Diretoria passou ao debate de pautas internas, sobretudo referentes à preparação para o 21º Consind (Conselho Sindical), que vai ocorrer de 28 a 30 de julho, de forma on-line (apenas com a Executiva reunida presencialmente em Brasília). Já as teses que serão enviadas às entidades filiadas, para serem debatidas no Consind, serão discutidas e fechadas pelos dirigentes no próximo dia 6.
As questões seguintes foram informes dados pela coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Cristina Castro, sobre o 1º Congresso da CPLP-SE (Confederação Sindical de Educação dos Países de Língua Portuguesa), que vai ser realizado de 19 a 21 de outubro, em Amarante, Portugal.
Também nos informes, Gilson Reis falou sobre as discussões para retomada da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Nordeste e sobre a primeira reunião presencial do recém-reconstituído FNE.
Informou ainda que o Dieese concluiu a pesquisa contratada pela Contee sobre as convenções coletivas da educação privada e que vai apresentar os resultados à Executiva.
Por Marcos Verlaine, com colaboração de Táscia Souza