Conjuntura e Conatee são temas do primeiro dia de reunião da Diretoria Plena
Com a presença de mais de 40 participantes, teve início na tarde desta sexta-feira (23) a 8ª Reunião da Diretoria Plena da Contee. Por proposta do coordenador-geral, Gilson Reis, o encontro adotou o nome de Carlos Roberto Passos, presidente do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de Goiás (Sinaae-GO), diretor da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado do Centro-Norte (Fetraeep) e integrante da Diretoria Plena da Contee, que sofreu um infarto dia 20, quando se recuperava da Covid-19. “Temos perdido muitos companheiros devido à pandemia — indo para 400 mil mortos, cada um representando na vida pública e particular um conjunto de relações afetivas e sociais”, lamentou Gilson.
Para a reunião, realizada remotamente e de forma ampliada, foram convidados dirigentes de todos os sindicatos e federações filiados à Confederação. A pauta teve início com um debate sobre conjuntura, durante o qual a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), convidada para a discussão, abordou o momento político vivido pelo país. Em seguida, os participantes discutiram, neste primeiro dia de reunião — que termina amanhã —, o Congresso da Contee (X Conatee), a ser realizado em julho próximo.
Bolsonaro, malabarista do horror
Durante o primeiro ponto de pauta, a deputada Érika Kokay relatou a resistência que parlamentares progressistas realizam no Congresso Nacional contra as ofensivas antidemocráticas e antissociais do governo Bolsonaro. Considerou que o Brasil vive “um momento muito dramático de sua história. Mulheres, negros e a comunidade LGBT são os mais atingidos pela crise social e sanitária que estamos sofrendo”.
Segundo a deputada, “o negacionismo do governo não é só da ciência, mas da realidade”. “Bolsonaro, como os fascistas e os psicopatas, não tem a capacidade da empatia, do reconhecimento do outro que não lhe seja igual. Seu governo está sempre criticando as instituições e aprofundando os ataques à democracia. Ele precisa dar resposta ao mercado, que o apoia, ceder ao centrão na política e atender ao seu eleitorado de ultradireita. É um malabarista do horror, atuando com esses três setores”, declarou. “No enfrentamento à pandemia, é um governo genocida. Desenvolve uma política de privatização criminosa. Modifica as políticas de saúde que atendem à população mais carente. Usurpa a função do Parlamento, legislando por portarias e decretos.”
X Conatee
Após o debate de conjuntura, a Diretoria Plena passou à discussão do X Conatee. A coordenadora da Secretaria-Geral da Confederação, Madalena Guasco Peixoto, explicou que o Congresso, eleitoral, também será, pela primeira vez, virtual. Isso atende ao que foi deliberado no ano passado pela própria Plena, que aprovou a prorrogação do mandato da atual diretoria até julho deste ano e a realização de um congresso remoto caso ainda não fosse possível fazê-lo presencialmente, por causa da pandemia da Covid-19.
Madalena também lembrou que as normas estatutárias devem ser cumpridas, adequadas ao momento que vivemos. Até 24 de junho será feita, no Portal da Contee, a inscrição de delegados, suplentes, observadores e convidados. Serão três dias de Conatee: dois de debates e deliberações e o terceiro de eleição. Na pauta do congresso serão debatidos: organização educacional; conjuntura nacional e internacional; conjuntura sindical; e plano de lutas.
“Nosso próximo congresso será um momento de profunda reflexão sobre nossas condições, nossas dificuldades, nossos desafios e nossas tarefas e do movimento sindical como um todo. Sua dimensão política ultrapassa todos os outros congressos da entidade. A responsabilidade do movimento sindical é nossa, e não de outras pessoas”, destacou o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis.
Diversos diretores fizeram intervenções, apontando questões como representatividade, modelo de gestão, realização de “lives” semanais para ajudar na construção das teses do Conatee, bem como a importância da unidade e, sobretudo, o papel da Confederação como entidade nacional no atual contexto do país.
“Os próximos quatro anos serão decisivos. Não basta ganharmos a eleição em 2022. Precisamos também garantir que tenhamos condições de governar este país. O movimento sindical não é só uma peça utilitária no jogo político-eleitoral, mas uma peça decisiva na reconstrução do Brasil”, apontou Gilson, ao ressaltar a importância do congresso da Contee e o desafio que a nova gestão terá pela frente, junto com todo o movimento sindical.
O primeiro dia de reunião terminou com informes sobre a situação das instituições metodistas (leia mais aqui e aqui); a pesquisa sobre a Covid-19 como doença do trabalho, que será tema do próximo Conta Contee; o Observatório da Covid — destacando a necessidade de contribuição das entidades filiadas —; e o próximo curso de formação da Contee, em parceria com o CES e a CUT, cujas datas ainda serão definidas.
Por Carlos Pompe e Táscia Souza