Diretora da Contee participa de colóquio sobre educação para a igualdade

Coordenadora da Secretaria de Defesa das Diversidades, Direitos Humanos e Respeito às Etnias e Combate ao Racismo da Confederação, Margot Andras, abordou como desigualdades racial e de gênero contribuem para a evasão escolar

Foto: Alan Francisco de Carvalho/SeCom Contee

A coordenadora da Secretaria de Defesa das Diversidades, Direitos Humanos e Respeito às Etnias e Combate ao Racismo da Contee, Margot Andras, participou na manhã desta segunda-feira (29), na Conferência Nacional de Educação (Conae 2024), do colóquio “Educação para a igualdade”, proposto pela União Brasileira de Mulheres (UBM). Além de Margot, estiveram na discussão Berenice D’arc Jacinto (CNTE) e Elizangela de Almeida Silva (UBM-AM), além da mediadora Vanja Andrea Santos (UBM).

“É importante a gente pensar em pessoas não brancas quando a gente fala em desigualdade”, pontuou a diretora da Contee. “De 4 a 17 anos, 71% das crianças indígenas e negras não conseguem terminar a educação básica.”

Ampliando o filtro para brancos, pretos, amarelos pardos e indígenas, ela apontou que se nota, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que as crianças pardas e negras estão sempre nos maiores índices de abandono quando se considera a faixa etária de escolarização de 4 a 17 anos. “Se a gente pegar em todas as faixas, a população não branca representa os maiores índices de abandono.”

A coordenadora da pasta de Direitos Humanos da Contee não abordou apenas a questão racial. Para Margot, “a gente precisa considerar o ambiente escolar como um microcosmos da sociedade, muitas vezes reproduzindo desigualdades e padrões sistêmicos de exclusão que segregam sujeitos e comunidades que não se adequam aos padrões de gênero e orientação sexual predominante”.

“A gente não tem gráficos sobre isso. Ninguém fez nenhum levantamento sobre isso. Mas  a gente sabe que a discriminação sofrida pela orientação sexual de jovens é um dos motivos do abandono escolar das pessoas LGBTQIA+.”

Citando o pesquisador em diversidade sexual Tony Reis, Margot ressaltou que “a cultura da heteronormatividade diz que a pessoa tem que ser heterossexual e quem rompe essa barreira acaba sofrendo chacota, bullying, discriminação, violência…”.

“A gente vê isso o tempo todo. Infelizmente, esses dados a gente não tem no Censo Escolar, então a gente não tem como fazer essa medida. Mas a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] estima que 83% das pessoas trans evadem da escola. A gente está falando de jovens, de adolescentes”, lastimou.

Imagens: Alan Francisco de Carvalho e Estela Sena — SeCom/Contee

Táscia Souza

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