Educação em pauta: Diretora da Contee participa de conferências internacionais em Portugal

“A semana foi carregada de aprendizado, troca de experiências e a certeza de que a luta em defesa da educação pública, gratuita, laica, de qualidade referenciada socialmente nos unifica e na unidade e na coletividade. Ficamos fortalecidos.”

Foi assim que a coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Cristina Castro, sintetizou a participação, representando a Confederação, na 2ª Conferência Internacional de Pessoal de Apoio Educativo da IE (Internacional da Educação), na Conferência Internacional “Investir na educação com profissionais reconhecidos e valorizados  — O papel dos sindicatos”, e na Assembleia da CPLP_SE (Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa!).

As atividades, que se estenderam de 16 a 21 de maio, foram realizadas em Aveiro, Portugal, onde também ocorreu, neste último fim de semana, o 13° Congresso da FNE (Federação Nacional de Educação), que elegeu a nova direção da entidade portuguesa.

“Os dias de trabalho em Aveiro foram intensos, necessários  e produtivos”, afirmou Cristina. “A 2ª Conferência Internacional de Pessoal de Apoio Educativo foi caracterizada pela necessidade de valorização de todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação.”

Conferência Internacional

Em preparação para o 1° Congresso da CPLP_SE, a dirigente da Contee também participou de rápida visita a Amarante, outra cidade portuguesa, para conhecer os espaços onde ocorrerão as atividades e onde serão os locais de hospedagem e alimentação. De volta a Aveiro, foi a vez da Conferência Internacional, em que cada uma das 15 organizações presentes relatou aspectos políticos, sociais, sindicais e educacionais de seus respectivos países.

“Foi um momento de muito aprendizado e de reforço à necessária solidariedade internacional”, apontou Cristina, acrescentando ter sido “reafirmada a importância do fortalecimento sindical em defesa de direitos para a categoria, bem como do papel junto ao movimento social e em defesa da democracia”.

Assembleia da CPLP_SE

A etapa seguinte foi a assembleia da CPLP_SE, cujo ponto de destaque foi a preparação para o congresso da entidade. “A proposta é fazer um congresso dinâmico, interessante, em que a participação de fato seja interativa e que trate de construções coletivas”, disse a diretora da Contee.

Além do congresso, o encontro da CPLP_SE em Aveiro também tratou da situação sociopolítica e sindical no espaço educativo da lusofonia e fez balanço da atividade sindical realizada e das propostas/projetos a desenvolver.

A entidade também aprovou nota em solidariedade aos/às trabalhadores/as em educação do Brasil, que lutam para impedir que, no PLP 93/23, o Fundeb seja incluído no arcabouço fiscal “que limita os investimentos do governo federal em políticas públicas para atender as demandas sociais do povo brasileiro”.

Leia aqui a nota completa

Congresso da FNE

O ponto central das atividades em Aveiro foi o 13° Congresso da FNE. “O momento vivido pelos professores e professoras de Portugal coloca a valorização profissional em destaque, juntamente com as palavras que os movem: respeito, determinação, coragem”, definiu Cristina.

Segundo ela, os participantes usaram faixas em que se lia, de um lado, a expressão “EDUCAÇÃO  DE QUALIDADE e, do outro, a afirmação “NÃO  DESISTO”. “Isso mostra que a luta tem sido árdua, mas que o enfrentamento se torna cada vez mais necessário”, opinou.

Durante o congresso, o professor Pedro Barreiros foi eleito secretário-geral da FNE, destacando, no discurso que “a luta não se faz sozinha”.

“Foi um momento de avaliação do trabalho feito, de contato com os mais de 400 delegados e delegadas que representavam as diversas regiões  de Portugal, de recarregar as baterias emocionais e sindicais e de saber que é necessário  avançar”, resumiu a coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee.

“Pude, pela Contee, na minha intervenção, além de saudar toda a delegação e a direção eleita, parabenizar o secretário-geral que encerrou seu mandato, o professor João  Dias, que fez grande atuação à frente da federação. Também apresentei as demandas que temos tratado quanto à regulamentação do ensino privado, ao financiamento sindical e seu papel como fortalecedor das ações e lutas, e ainda ao contrato de trabalho, cujo debate iniciamos”, contou Cristina. E concluiu: “Além da Língua Portuguesa, temos algo em comum: a necessidade de financiamento para a educação pública e de garantia de valorização  profissional e fortalecimento sindical”.

Troca educacional

Segundo Cristina, os eventos e a interação com diferentes países propiciaram tratar de temas e questões educacionais, como metodologias utilizadas em diversas áreas, duração das aulas, estruturas das escolas, acesso, permanência e efeitos pós-covid.

“Em especial, tratamos também de violência. Violência nas escolas, violência das escolas e, no caso específico e recente do Brasil, violência às escolas. Compartilhamos ainda outras questões não vividas nos demais países, com a pressão do movimento Escola Sem Partido e suas leis da mordaça.”

Táscia Souza