Fechando mês das mulheres, Contee Conta destaca que conquistas são feitas de lutas diárias
Sindicalistas foram unânimes em afirmar que não “há contradição” entre a luta de classes, que é universalista, e a pauta identitária, cujas temáticas são específicas
“O 8 de março é para lembrar a luta do dia a dia das mulheres”, disse Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas e vice-presidenta da CTB nacional. “As conquistas [das mulheres] são feitas das lutas diárias”, acrescentou.
Ao fechar o mês das mulheres, a Confederação realizou, nesta segunda-feira (28), roda de conversa com três lideranças feministas da categoria, em nível nacional: Adércia Hostin, coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Formação da Contee; Margot Andras, coordenadora da Secretaria de Defesa das Diversidades, Direitos Humanos e Respeito às Etnias e Combate ao Racismo; além de Valéria Morato, sob a mediação da jornalista Táscia Souza.
Ao fechar as comemorações, a roda de conversa girou em torno da consigna “Lugar de mulher é… mudando o mundo!”.
Segundo Andras, em pleno século 21, as mulheres ainda continuam sofrendo preconceitos. “O sindicalismo [ainda é majoritariamente] lugar masculino”, enfatizou.
A luta feminista, segundo Hostin, é uma “caminhada conjunta para transformação social” ao tratar a questão do machismo no meio sindical. “Tivemos que lutar muito para estar nesses espaços” político-sindicais, destacou Morato.
Luta de classes e identidade
O debate em torno da polêmica entre “luta de classes” e “identitarismo” foi objeto da abordagem das três lideranças sindicais. Elas foram unânimes em afirmar que não “há contradição” entre a luta de classes, que é universalista, e a pauta identitária, cujas temáticas são específicas.
“Feminismo não é o contrário de machismo”, comentou Margot Andras. “Não tem como separar essas pautas”, disse Valéria Morato. “Não há contradição nesse debate; não pode haver”, enfatizou.
Mulher, mãe e mensagem final
“Ser mulher no Brasil hoje é luta e resistência”, lembrou a vice-presidenta da CTB. “Conscientização do ser mulher”, se posicionou Adércia.
“Mulheres, vamos votar em mulheres para construir leis inclusivas”, lembrou Andras, pois em outubro os brasileiros irão eleger deputados, senadores, governadores e presidente da República.
A prática cotidiana entre homens e mulheres, refletiu Adércia, deve ser de “divisão de fazeres”.
Assista a íntegra da roda de conversa:
Marcos Verlaine