Ipec: Após sabatina e benefícios, Lula segue com 44% e Bolsonaro com 32%

A nova pesquisa não mostrou variação na intenção de votos do presidente, mesmo após o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600, dos benefícios para taxistas e caminhoneiros, e da queda no preço da gasolina e diesel. Lula também não teve alteração

A segunda pesquisa eleitoral do Ipec, publicada nesta segunda-feira (29/8), mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiram conquistar novos eleitores para a disputa pela cadeira de chefe do Executivo em outubro deste ano. O petista manteve os 44% e lidera a corrida; já o mandatário continua com 32% — os mesmos números da última pesquisa, divulgada no dia 15 de agosto.

O resultado, no entanto, pode mostrar uma fidelidade dos apoiadores dos candidatos. Por outro lado, os concorrentes que ocupam o terceiro e quarto lugar na pesquisa de 15 de agosto continuam no posto, mas registraram crescimento dentro da margem de erro: Ciro Gomes (PDT) cresceu para 7% — antes tinha 6% — e Simone Tebet (MDB) registrou 3% da preferência dos entrevistados, antes tinha 2%.

Com o resultado, a emedebista está tecnicamente empatada com Ciro devido a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os dois foram, de acordo com especialistas, foram os candidatos que se saíram melhor nas sabatinas e no debate presidencial que ocorreu no domingo (28/8), na Band — no entanto, a pesquisa foi realizada antes da exibição do debate.

O mesmo ocorre com Felipe D’Avila (Novo), que não pontuou na primeira pesquisa do Ipec, mas registrou, agora, 1% das intenções de voto e empata tecnicamente com Tebet. Vera (PSTU) tinha 1% na pesquisa passada, e não pontuou agora.

Os postulantes Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (UB) também não alcançaram 1%. Brancos e nulos representam 7% e entrevistados que afirmam não saber em quem votar marcaram 6%. Antes, o primeiro grupo era composto por 8% dos entrevistados e o segundo, por 7%.

Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista vence o presidente por 50% dos votos, ante 37% do adversário. O número, no entanto, é menor do que o registrado na última pesquisa, quando o ex-presidente registrou 51% da preferência dos entrevistados. Bolsonaro, por sua vez, saiu de 35% da intenção de voto e subiu para 37%. As duas variações, no entanto, estão dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

A pesquisa encomendada pela TV Globo foi realizada com 2 mil eleitores entre sexta-feira (26/8) e domingo (28/8). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais e para menos. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo número BR-01979/2022.

Primeira pesquisa após horário eleitoral e sabatinas do JN

O levantamento compreendeu os primeiros dias de horário eleitoral gratuito na TV e no rádio, período iniciado na sexta-feira (26/8), e as sabatinas de Lula, Bolsonaro, Ciro e Tebet no Jornal Nacional, entre segunda e sexta-feira (22 a 26/8).

Tanto Lula quanto Bolsonaro, que lideram com folga a corrida à Presidência, saíram, na última semana, de um lugar de conforto e participaram da entrevista promovida pelo Jornal Nacional e do debate presidencial.

Para Lula, o saldo foi positivo na sabatina do Jornal Nacional: assumiu corrupção na Petrobras durante o governo dele, fez críticas ao governo Dilma, passo importante para opositores que usam a gestão da primeira presidenta do país como motivo para o Partido dos Trabalhadores (PT) não voltar ao poder, e conversou com a população ao afirmar, por vezes, que queria “cuidar do povo”.

Já no debate, o ex-presidente apareceu sem destaque, pouco atacou o adversário direto pelas pesquisas, Bolsonaro, mas especialistas afirmam que essa poderia ser uma estratégia para não perder popularidade.

Bolsonaro, no entanto, não conseguiu ampliar a popularidade para fora da bolha dos apoiadores. De acordo com a Qaest, a participação no telejornal não causou tantas reações de internautas quanto dos apoiadores.

Já no debate da Band, o ataque do presidente à jornalista Vera Magalhães ganhou destaque e fez disparar as pesquisas sobre misoginia. O episódio afeta a confiança de uma parte do eleitorado que é um dos calcanhares de Aquiles do chefe do Executivo: as mulheres que estão aptas a votar em outubro.

Correio Braziliense

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