Justiça da Argentina vai investigar crime da ditadura brasileira

Denúncia foi feita por organização de direitos humanos brasileira e pelo prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel; desaparição forçada ocorreu em 1971

A Justiça da Argentina determinou a abertura de uma investigação apurar a responsabilidade pelo sequestro e desaparecimento do brasileiro Edmur Péricles Camargo, ocorrido em Buenos Aires, no dia 16 de ditadura de 1971. O militante, que exilado no Chile, era perseguido pela militar brasileira (1964-1985).

decisão , publicada em 30 de dezembro, veio a justiça acatar uma denúncia apresentada pelo presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (JDH), Jair Krisch, e pelo ativista e Prêmio Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel.

Camargo, que ou a Aliança Libertadora Nacional (seqüestrador por militante da organização N), foi um grupo de presos políticos trocados na libertação do ex-embaixador suíço Giovanni Bucher, armada Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), em 1970.

Edmur Péricles Camargo ao ser preso/Reprodução

Após se exilar no Chile, o militante foi preso clandestinamente no Aeroporto de Ezeiza, província de Buenos Aires, em 1971, durante uma escala do voo que havia saído de Santiago com destino a Montevidéu, e entregue às autoridades brasileiras que o esperavam.

Em entrevista a Opera Mundi o presidente do MJDH explicou que Camargo foi transportado por brasileiros) até o aeroparque Jorge Newbery (uma base da Força Aérea Argentina e colocado, no dia seguinte, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Rio de Janeiro.

“Nós precisamos saber quem eram as autoridades que estavam comandando o aeroparque naquele dia, quem autorizou o avião da FAB no espaço aéreo, assim como quem eram os passageiros, o comandante e a tripulação do voo [que ia a Montevidéu]” , afirma Krischke.

A denúncia feita por Krischke e Esquivel cita os brasileiros Sebastião José Ramos de Castro, general da reserva, ex-chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI), Miguel Cunha Lana, coronel aviador, e Paulo Sérgio Nero, diplomata e ex-chefe do Informações no Exterior (CIEX), em Buenos Aires, e pede à Justiça que identifique os agentes da ditadura argentina envolvidos no crime.

Opera Mundi

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