Luto devido a quase 100 mil mortes, luta pela vida
Este 7 de agosto será marcado em todo o país como dia de expressar luto pelos quase 100 mil brasileiros mortos pela contaminação do coronavírus e de luta para que sejam tomadas medidas eficazes para enfrentar a pandemia do Covid-19. Os trabalhadores em estabelecimentos de ensino se somam às manifestações. Estão programadas paralisações em fábricas, ações nas redes sociais e atos públicos, respeitando o distanciamento social. Serão acesas velas e colocadas cruzes em locais públicos e pano branco nas janelas como forma de lembrar a situação de crise e denunciar a atuação criminosa do governo federal diante da pandemia. As atividades incorporam, também, a campanha #ForaBolsonaro.
A Contee e suas filiadas, as centrais sindicais (CUT, CTB, Força Sindical, UGT, Nova Central, CSB, CSP/Conlutas, Intersindical, Intersindical/Instrumento de Luta, CGTB e Central Pública),
as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entidades estudantis, comunitárias e democráticas e partidos políticos oposicionistas alertam a sociedade sobre as medidas equivocadas e desastrosas do governo federal.
Além de contrariar as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e os especialistas em saúde pública, Bolsonaro nega a pandemia, impõe ações que desorganizam seu enfrentamento e critica governadores, prefeitos e instituições públicas que atuam em defesa da saúde da comunidade, colocando o Brasil no epicentro mundial de mortes pelo coronavírus.
Neste período de pandemia, as medidas governamentais do presidente ainda levaram ao aprofundamento da crise econômica e social no país. A taxa de desemprego cresceu 24,6% entre maio e julho e já alcança 13,1%. As entidades cobram, também, a manutenção do auxílio-emergencial de R$ 600,00 até dezembro de 2020, fortalecimento do Sistema Único do Saúde (SUS), ampliação das parcelas do seguro-desemprego, mais equipamentos de proteção individual e coletivo para as categorias essenciais e mais créditos para as micros e pequenas empresas.
A gravidade da situação é acentuada pela ameaça, por parte de alguns governantes e de proprietários de estabelecimentos de ensino, que pressionam pela volta às aulas sem a necessária segurança sanitária. Segundo a coordenadora-geral em exercício da Contee, Madalena Guasco Peixoto, “neste momento, não existe protocolo seguro para a volta às aulas presenciais. Os órgãos de saúde estão dizendo que é perigoso, que não tem condição, nem com afastamento. Ainda mais criança. Não tem condição de garantir um protocolo completamente seguro”. A preocupação não é apenas com a saúde de professores e técnicos administrativos, mas também de estudantes, seus familiares e de toda a comunidade, direta e indiretamente afetada pelos fluxos e contatos de uma escola.
A Confederação reafirma sua posição em defesa do conhecimento e da ciência e o apoio incondicional às determinações de isolamento/afastamento social das autoridades sanitárias, única maneira efetiva de assegurar hoje o direito à saúde e à vida.
A economia se recupera; a vida, não!
Carlos Pompe