Maiores doadores de campanha tem histórico de desrespeito aos direitos trabalhistas
Na primeira rodada das contas eleitorais para a disputa presidencial, apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somente três empresas doaram 65% do arrecadado para os três principais candidatos: Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). O grupo alimentício JBS, dono da marca Friboi; a AMBEV e a OAS Construtora , juntas, doaram R$ 31,2 milhões.
A JBS e a AMBEV foram as únicas que doaram para todos os candidatos. O frigorífico doou R$ 5 milhões para Dilma e Aécio e R$ 1 milhão para Campos, já a multinacional de bebidas deu R$ 4 milhões para a atual presidente, R$ 1,2 milhão para o tucano e R$ 1,5 milhão para o pessebista.
Ambas as empresas já tiveram problemas com direitos trabalhistas. Neste ano, por exemplo, a JBS foi condenada pelo TRT da 23ª Região, no Mato Grosso (MT), a pagar R$ 2,3 milhões em indenizações a funcionários com base em infrações das leis trabalhistas. As condenações vão desde o desrespeito a jornadas de trabalho até práticas que podem prejudicar a saúde dos funcionários. A empresa chegou a servir carne com larvas de moscas varejeiras e a unidade industrial de Juruena (MT) teve um vazamento de gás amônia. E março deste ano, a empresa foi condenada a pagar R$ 2 milhões por dano moral coletivo pelo Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT-MA).
Já a OAS chegou a ficar um dia na “lista suja” da escravidão do governo federal, em julho desse ano, por conta da obra de um shopping em Minas Gerais. A empresa já havia sido autuada durante as obras de ampliação do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (SP).
Por sua vez, a AMBEV teve seu nome ligado à práticas de trabalho escravo em outubro de 2013, quando auditores do Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE) libertaram 21 trabalhadores da obra da construção de uma fábrica da empresa em Uberlândia (MG).
Do Brasil de Fato