Mínimo já não compra nem metade da cesta básica
Em fevereiro, trabalhador comprometeu, em média, 56,11% do rendimento para adquirir alimentos básicos, como feijão, café, batata, óleo de soja e carne bovina, aponta Dieese. Custo da cesta de alimentos subiu em todas as capitais pesquisadas.
Quando se compara o custo da cesta básica e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em fevereiro de 2022, 56,11% do rendimento para adquirir alimentos básicos, como feijão, café, batata, óleo de soja e carne bovina, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Esse percentual que pesa bastante no bolso do brasileiro é maior do que em janeiro, quando atingiu 55,20%. Em fevereiro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 54,23%.
De acordo com o levantamento mensal do Dieese, divulgado no dia 9 de março, o valor da cesta básica em fevereiro, na comparação com o mês anterior, aumento em todas as 17 capitais pesquisadas. Do mesmo modo, também aumentou frente a fevereiro de 2021.
As altas mais expressivas em fevereiro ocorreram em Porto Alegre (3,40%), Campo Grande (2,78%), Goiânia (2,59%) e Curitiba (2,57%).
Na capital paulista, a cesta apresentou o maior custo (R$ 715,65). Comparada ao salário mínimo, o trabalhador paulistano comprometeu 63,83% de seu salário, que vê reajuste acima da inflação, e muitas vezes nem isso, e é corroído também pelas altas nas contas de luz, água, gás de cozinha, aluguel e combustível.
Tiveram altas expressivas também as cestas em Florianópolis (R$ 707,56), Rio de Janeiro (R$ 697,37), Porto Alegre (R$ 695,91) e Vitória (R$ 682,54).
Nas regiões do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 516,82), Recife (R$ 549,20) e João Pessoa (R$ 549,33).