Mulheres indígenas ocupam prédio do Ministério da Saúde

Mais de 1500 mulheres indígenas, de 100 povos diferentes ocuparam na manhã desta segunda-feira (12) a sede da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão do Ministério da Saúde, responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, em Brasília.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a reivindicação é “em defesa do subsistema de saúde indígena”, coordenado pela Sesai.

Tanto dentro quanto fora do prédio, indígenas cantavam e falavam sobre o que motivou a manifestação. Entre outras coisas, estão protestando contra a saída da atual secretária, Silvia Waiãpi, que também é indígena e tenente do Exército; e a alteração da Sesai feita por um decreto assinado por Jair Bolsonaro (PSL), que retirou o Departamento de Gestão do órgão – que mantinha membros da sociedade civil.

“Depois que a Silvia entrou, a secretaria sofreu um verdadeiro desmonte. Hoje, os distritos não têm mais autonomia para poder fazer o trabalho. Eles não municipalizaram a saúde, mas desmancharam a secretaria. Se você não tem autonomia de gestão, você não toma decisão. A impressão é que a SESAI acabou”, afirmou ao Cimi o coordenador Kretã Kaingang, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) para a região Sul.

Os policiais tentaram impedir que as mulheres indígenas entrassem para entregar o documento escrito por elas, mas não conseguiram e o grupo decidiu permanecer no local durante boa parte do dia.

À tarde, 17h, uma delegação de 10 lideranças será recebida em audiência pelas ministras do Supremo Tribunal Federal STF), Rosa Weber e Carmen Lúcia.

A ação faz parte da programação da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas que está sendo realizada em Brasília entre os dias 9 e 14, com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”. Nesta terça-feira (13), as mulheres indígenas vão participar da Marcha das Margaridas, que reúne mulheres do campo, das águas e das florestas em Brasília.

CUT

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