Nota de pesar: Carlos Walter Porto-Gonçalves
Por Clerton Evaristo*
A geografia brasileira perdeu uma de suas grandes referências. Dedicado às questões socioambientais, o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves construiu uma obra essencial para o pensamento geográfico brasileiro, tornando-se referência em escala nacional e internacional.
Para quem teve a felicidade de assistir seus cursos, fica o exemplo de dedicação ao trabalho do geógrafo que uniu com sabedoria e paixão os elementos da geografia física à complexidade da geografia humana. E foi como humanista que nos legou obras, tais como:
1. Paixão da Terra – ensaios críticos de Ecologia e Geografia;
2. Os (des)caminhos do meio ambiente;
3. Amazônia, Amazônias;
4. O desafio ambiental;
4. A nova (des)ordem mundial;
5. A globalização da natureza e a natureza da globalização;
6. Da geografia às geo-grafias: um mundo em busca de novas territorialidades.
Entre muitas honrarias recebidas, Carlos Walter ganhou o Prêmio Chico Mendes em Ciência e Tecnologia do Ministério do Meio Ambiente (CARBONO BRASIL, 2004); e em 2008, em Cuba, o Prêmio Casa de las Américas.
Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi docente na UFF, Universidade Federal Fluminense, e ex-presidente da AGB – Associação de Geógrafos Brasileiros -, sua dedicação à educação nos deixa um exemplo de lutas que nos inspira para continuarmos seu trabalho dia a dia, no campo e na cidade, da floresta para o asfalto, da sala de aula ao parlamento, na perspectiva de construção de um mundo mais harmônico onde todos e todas possam ser felizes.
Carlos Walter, presente!
*Clerton Evaristo é professor de Geografia da SEEDF e ex-diretor do Sinpro-DF.