O que acontece na Síria
No domingo, 8 de dezembro, forças rebeldes da Síria entraram na capital Damasco e o presidente Assad deixou o país
A TVT News traz resumo do que acontece na Síria. Forças rebeldes dominam a capital Damasco e o ditador Bashar al-Assad deixou o país, o que marca o fim de 50 anos de domínio da família no país.
Veja o que acontece na Síria
No domingo, 8 de dezembro, forças rebeldes da Síria entraram na capital do país, Damasco. Na sequência, a Rússiaconfirmou que o presidente Bashar al-Assad fugiu após mais de 13 anos de guerra civil.
Leia o resumo do que acontece na Síria:
- Rebeldes entraram em Damasco, capital da Síria, e anunciaram a tomada do poder no domingo (8), 10 dias após o início de uma ofensiva relâmpago.
- O ditador sírio, Bashar al-Assad, deixou o país e, de acordo com relatos, teria dado instruções para o início de uma transição de poder pacífica, segundo a Rússia, aliada dele.
Bashar al-Assad e família fugiram para Moscou e receberam asilo humanitário, afirma agência russa - Os rebeldes são liderados pelo grupo militante islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS). O grupo islâmico é considerado terrorista pelos EUA .
- Após a queda de Bashar al-Assad,, o líder do Hayat Tahrir al-Sham, grupo que tomou o poder, apareceu em público na capital síria, e chamou a queda de Assad de “vitória para a nação islâmica”
- A família Assad comandava a Síria há mais de 50 anos e, há 13, enfrentava uma insurgência iniciada na Primavera Árabe, que levou a queda de ditadores em outros países como Egito, na Líbia e na Tunísia.
- O governo brasileiro pediu uma solução pacífica e orientou os cidadãos brasileiros a deixar o país
- A coalizão de oposição síria disse no domingo (8) que está trabalhando para formar um órgão governamental de transição com plenos poderes executivos. Em uma publicação no X disse que aspira construir parcerias estratégicas na região e no mundo.
- Rússia pediu uma reunião a portas fechadas de emergência no Conselho de Segurança da ONUnesta segunda-feira (9) para discutir Síria
O que acontece na Síria com os brasileiros
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu nota, na tarde do sábado (7), informando que acompanha o acontecimentos na Síria, e orientando os brasileiros que moram no país a procurar a Embaixada brasileira em Damasco: “O Itamaraty insta a todos nacionais que se encontrem no país a que busquem sair da Síria“.
O país do Oriente Médio vive uma guerra civil, desde 2011, que ganhou novos contornos na semana passada, quando grupos rebeldes islâmicos que lutam contra o governo de Bashar Al-Assad tomaram a cidade de Aleppo e avançaram para a capital, Damasco.
Na nota, o Itamaraty disponibilizou um telefone de emergência e recomendou que os brasileiros consultem o portal consular, com alertas e atualizações sobre a situação no país do Oriente Médio.
Confira a íntegra da nota para entender o que acontece na Síria para os brasileiros:
O governo brasileiro acompanha, com preocupação, a escalada de hostilidades na Síria. Exorta todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção e a assegurarem a integridade da população e da infraestrutura civis.
O Brasil reitera a necessidade de pleno respeito ao direito internacional, inclusive ao direito internacional humanitário, bem como à unidade territorial síria e às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Brasil apoia os esforços para solução política e negociada do conflito na Síria, que respeitem a soberania e a integridade territorial do país.
O Itamaraty, por meio da Embaixada em Damasco, permanece monitorando a situação dos brasileiros na Síria. Não há registro de nacionais entre as vítimas das hostilidades. O Itamaraty insta a todos nacionais que se encontrem no país a que busquem sair da Síria. Recomenda-se também que os brasileiros consultem o alerta, atualizado, disponível no portal consular.
Em caso de emergência, o telefone de plantão da Embaixada em Damasco é: +963 933 213 438.
O plantão consular do Itamaraty também permanece disponível no número +55 61 98260-0610 (inclusive WhatsApp).
https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/portal-consular
Com informações da Agência Brasil, G1, CNN. BBC e agências de notícias
FAQ: 5 perguntas e respostas para entender o que acontece na Síria
O que acontece na Síria?
Em 2011 se iniciou uma revolta pacífica e pró-democracia contra Bashar al-Assad. O evento fez parte do que ficou conhecido como Primavera Árabe. A revolta se transformou em uma guerra civil em grande escala que devastou o país e atraiu a atenção do mundo
O que é o Hayat Tahrir al-Sham?
O grupo militante islâmico Hayat Tahrir al-Sham foi criado em 2012 com o nome Frente al-Nusra, e jurou lealdade à Al-Qaeda no ano seguinte.
A Frente Al-Nusra era considerada um dos grupos mais eficazes contra o presidente Assad. Mas a ideologia jihadista parecia ser a grande motivação para guerra em vez de uma vontade revolucionária. Em 2016, a Al-Nusra rompeu laços com a Al-Qaeda e adotou o nome Hayat Tahrir al-Sham e se fundiu com outras facções no ano seguinte.
Quem é o líder dos rebeldes na Síria?
O líder do grupo Hayat Tahrir al-Sham é Abu Mohammed al-Jawlani. Ele disse em uma entrevista à CNN na sexta-feira que “o objetivo da revolução é a derrubada deste regime” e que ele planejava criar um governo baseado em instituições e um “conselho escolhido pelo povo”.
Por que os rebeldes lançaram essa ofensiva contra Assad?
O último reduto dos rebeldes era as províncias de Aleppo e Idlib, que fazem fronteira com a Turquia e onde mais de quatro milhões de pessoas viviam, muitas delas deslocadas. Facções rebeldes apoiadas pela Turquia — conhecidas como Exército Nacional Sírio — também controlavam territórios com o apoio de tropas turcas.
Por vários anos, Idlib foi um campo de batalha, enquanto as forças do governo sírio tentavam retomar o controle.
O grupo Hayat Tahrir al-Sham e seus aliados disseram, em 27 de novembro, que lançaram uma ofensiva para “dissuadir a agressão”, acusando o governo e as milícias aliadas apoiadas pelo Irã de ataques crescentes a civis no noroeste.
Mas isso aconteceu quando o governo estava enfraquecido por anos de guerra, sanções e corrupção, e seus aliados estavam preocupados com outros conflitos.
O grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, que foi importante para ajudar a repelir os rebeldes nos primeiros anos da guerra, sofreu várias baixas com a ofensiva de Israel no Líbano. Os ataques israelenses também eliminaram comandantes militares iranianos na Síria e degradaram as linhas de suprimento para as milícias pró-governo. A Rússia também esteve ocupada com a guerra na Ucrânia.
Sem essa ajuda, as forças de Assad ficaram expostas.
Como aconteceu a ofensiva?
Os rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham tomaram o controle da maior parte de Aleppo — a segunda maior cidade da Síria — em 30 de novembro, apenas três dias após lançar sua ofensiva surpresa.
Logo depois, Hama caiu para os rebeldes na semana passada após vários dias de batalhas que levaram os militares a se retirarem.
Os rebeldes declararam que o próximo objetivo era tomar Homs, a terceira maior cidade da Síria, e conseguiram isso na noite de sábado após apenas um dia de luta.
Ao mesmo tempo, outras facções rebeldes baseadas no sudoeste do país, que faz fronteira com a Jordânia, chegaram aos subúrbios de Damasco após tomar o controle das cidades de Deraa e Suweida em apenas 24 horas.
Na manhã do domingo (8/12), os rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham anunciaram que haviam entrado em Damasco e libertado detidos na prisão militar mais importante do país, Saydanaya, onde se acredita que milhares de apoiadores da oposição foram executados durante a guerra civil.