Parlamentares manifestam apoio a luta do MST por reforma agrária
Um grupo de parlamentares visitou, na manhã desta quarta-feira (12), o acampamento do 6º Congresso Nacional do MST, no ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Eles foram manifestar apoio às bandeiras e a pauta que o Congresso está discutindo, que é uma reforma agrária popular. O deputado Assis Melo (PCdoB-RS) , que fez a saudação em nome do PCdoB, destacou a identidade do seu Partido com o Movimento dos Sem Terra.
Santa AlvesO deputado Assis Melo (PCdoB-RS) foi quem fez a saudação aos congresssitas do MST.
“É um momento importante da luta do MST , que vem se dedicando a defesa da reforma agrária. O PCdoB, em toda sua história, tem nisso uma bandeira importante – a luta pela terra e qualificação do homem do campo”, discursou. E, a exemplo dos congressistas, cobrou do governo Dilma medidas mais efetivas no rumo da reforma agrária. “É uma questão importante que precisa ser enfrentada com mais convicção”.
Os deputados comunistas João Ananias (CE), Manuela D´Ávila (RS) e Daniel Almeida (PCdoB-BA) integraram o grupo de parlamentares. Daniel Almeida também declarou que as bandeiras e a pauta que está sendo discutida têm identidade com o que o PCdoB pensa da reforma agrária no Brasil, assim como o MST tem identidade com o Partido como um movimento social forte, respeitado e com muito prestígio na sociedade.
“Temos identidade com o tema e com o movimento e fomos expressar esse nosso compromisso de continuar lutando na sociedade e no parlamento em favor do fortalecimento do MST e das bandeiras que eles defendem, da luta pela reforma agrária tão necessária e que continua sendo um passivo que o Brasil tem”, afirmou Daniel Almeida.
Do grupo de parlamentares também fizeram parte representantes do PT, PSB e do PTB. A deputada Luci Choinacki (PT-SC), disse que “o MST está construindo uma bela história no Brasil e, nessa mobilização, com mais de 15 mil lideranças, está sendo discutido o aprofundamento da reforma agrária. E o princípio básico da reforma agrária, além da terra, é agora a agroecologia, que precisa produzir alimentos em quantidade, em abundância, de qualidade, preservando a natureza e a dignidade”, disse.
O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) defendeu mudança na estrutura fundiária do País. “Enquanto tivermos uma estrutura fundiária onde ainda predomina a monocultura e o uso intensivo de agrotóxicos, em detrimento da pequena propriedade e, muitas vezes, da produção de alimentação para a própria mesa dos trabalhadores, continuaremos com a exclusão dos trabalhadores rurais”, ressaltou.
Luta de toda sociedade
O 6º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que prossegue até sexta-feira (14), em Brasília, reúne 15 mil pessoas com delegações de 25 estados e de países latino americanos.
João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do MST, que recepcionou os parlamentares no café da manhã, enfatizou que a luta pela reforma agrária é uma luta de toda a sociedade, não apenas das pessoas que vivem no campo, agradecendo o apoio dos parlamentares.
Ele explicou que o modelo do agronegócio, dentro do atual estágio de desenvolvimento do capitalismo no campo em nível global, é responsável por direcionar o uso majoritário das terras cultiváveis no país para a produção de commodities (bens agrícolas exportáveis, com cotação nas bolsas de valores), mas que o MST não quer reproduzir esse modelo.
O MST defende que se desenvolvam técnicas de produção no sentido da transição agroecológica, que incorpore a mão-de-obra camponesa e com capacidade para produzir sem agrotóxicos.
Outros pilares do novo programa são a incorporação da proteção às sementes e à natureza em geral, com um amplo programa de reflorestamento em áreas de assentamentos; a criação de agroindústrias sob controle cooperado dos trabalhadores, garantindo também aumento de renda através da comercialização de produtos beneficiados.
Segundo ele, é necessário lutar por avanços sociais como o direito à educação no campo, construção de infra-estruturas sociais, atenção de saúde e outros avanços que melhorem a vida das famílias camponesas.
Do Portal Vermelho