Taxa de desemprego medida pela Pnad sobe no segundo trimestre
Os 8,3% representam o maior índice da série, iniciada em 2012. Total de desempregados chega a 8,3 milhões, quase 1,6 milhão a mais em um ano. Ocupação com carteira assinada cai e rendimento estaciona
São Paulo – A taxa média de desemprego brasileira subiu para 8,3% no segundo trimestre, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, e atingiu o maior nível da série histórica, iniciada em 2012. O IBGE, que divulgou os resultados na manhã de hoje (25), estimou em 8,354 milhões o número de desempregados, 421 mil a mais que no trimestre anterior (variação de 5,3%) e 1,587 milhão a mais na comparação com igual período do ano passado, crescimento de 23,5%.
De acordo com o instituto, a taxa cresceu em todas as regiões, chegando a 10,3% no Nordeste, 8,5% no Norte, 8,3% no Sudeste, 7,4% no Centro-Oeste e 5,5% no Sul. Entre os estados, a maior foi registrada na Bahia (12,7%) e a menor, em Santa Catarina (3,9%). Atingiu 9,1% em Pernambuco, 9% em São Paulo, mesmo índice do Distrito Federal, 7,8% em Minas Gerais, 7,2% no Rio de Janeiro e 5,9% no Rio Grande do Sul.
O total de ocupados (92,211 milhões) estacionou em relação ao primeiro trimestre, com variação de 0,2%. Na comparação com o segundo trimestre de 2014, também variou 0,2%, indicando estabilidade na criação de postos de trabalho (188 mil e 159 mil, respectivamente). O que pressionou a taxa de desemprego foi o maior número de pessoas à procura de trabalho: 609 mil no trimestre (0,6%) e 1,747 milhão ante 2014 (1,8%).
Segundo a Pnad, o emprego com carteira no setor privado não cresceu do primeiro para o segundo trimestre, com uma variação que também aponta estabilidade: -0,4%. Em relação ao ano passado, a ocupação com carteira cai 2,6%, o correspondente a menos 971 mil postos de trabalho formais, para um total de 35,909 milhões. Nessa base de comparação, o único segmento que cresce é o de trabalhadores por conta própria: 4,7%, um acréscimo de 989 mil pessoas.
“As análises apontaram diferenças significativas na taxa de desocupação entre homens e mulheres”, diz o IBGE, acrescentando que esse comportamento foi verificado nas cinco regiões do país. O índice foi de 7,1% para os homens e 9,8% para as mulheres. Entre os jovens de 18 a 24 anos, sobe para 18,6%. No recorte por escolaridade, a taxa foi de 4,1% para a faixa de nível superior completo e de 13,8% para pessoas com ensino médio incompleto.
Estimado em R$ 1,882, o rendimento médio dos ocupados varia -0,5% ante o primeiro trimestre deste ano e 1,4% em relação ao segundo trimestre de 2014.