Une participa de “Ato em homenagem à resistência e luta pela democracia”
No próximo 2 de abril, no TUCA/PUC-SP, entidades do movimento social vão “descomemorar” o golpe de 1964 com homenagem à resistência democrática
A União Nacional dos Estudantes participará no próximo dia 2 de abril, quarta-feira, em São Paulo, do “Ato em homenagem à resistência e luta pela democracia”. O objetivo da atividade é “descomemorar” os 50 anos do golpe de 1964 e relembrar a luta heroica travada pela liberdade para que os crimes e atrocidades perpetradas pela ditadura não se repitam jamais.
O evento será realizado a partir das 18h, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca/PUC-SP), escolhido simbolicamente como palco para o ato. A inauguração do Tuca se deu em plena ditadura militar, em 1965, com a apresentação da peça “Morte e Vida Severina”, baseada no livro de João Cabral de Melo Neto. Durante a ditadura, o Tuca se tornou referência da produção cultural, abrigou peças e debates e foi centro de resistência intelectual em defesa da democracia.
A entrada para o ato é gratuita, aberta ao público. O mestre de cerimônias será o ator Sérgio Mamberti. O poeta amazonense Thiago de Mello é um dos homenageados e falará da sua vivência durante a ditadura, inclusive quando foi agredido dentro do Tuca. Haverá também homenagem a João Goulart, com a participação do neto do ex-Presidente da República,Alexandre Goulart. A presidenta da UNE, Vic Barros, e um representante da CUT receberão homenagens em nome dos estudantes e dos trabalhadores. Dom Paulo Evaristo Arns também será lembrado.
O Coro Luther King, de São Paulo, fará a apresentação de quatro músicas, entre elas “O bêbado e o equilibrista”, composição de Aldir Blanc e João Bosco que ganhou o mundo na voz de Elis Regina. Como uma das principais atrações da noite, o músico Sérgio Ricardo interpretará duas canções: “Perseguição” e “Calabouço”, essa última junto ao Coro e uma homenagem ao estudante secundaristas Edson Luís, assassinado pela polícia em 28 de março de 1968, no restaurante universitário Calabouço, no Rio de Janeiro, durante um protesto contra o alto no valor da refeição.
Sérgio Ricardo é conhecido como o “homem que quebrou o violão”, ato realizado durante a final do II Festival de Música Popular Brasileira da rede Record de televisão e que marcaria a sua carreira. Mas a sua obra é muito maior e inclui parcerias, por exemplo, com Glauber Rocha, na criação da trilha sonora de “Deus e o Diabo na terra sol”, obra-prima que revolucionou a cinematografia brasileira e mundial.
MONUMENTO AO NUNCA MAIS
Pouco antes do início do ato, do lado de fora do Tuca, a Comissão da Verdade da PUC-SP e as Comissões Estadual e Nacional da Verdade vão inaugurar o “Monumento ao NUNCA mais”, um dos 16 que serão instalados ao longo do ano em diversas cidades brasileiras. A iniciativa é do Projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia, em parceria com o Instituto Alice. Os monumentos serão referência situadas em espaços simbólicos da resistência à ditadura.
ORGANIZADORES
O Ato é realizado pela Fundação Perseu Abramo, a Fundação Maurício Grabois e a Fundação Leonel Brizola e Alberto Pasqualini, pelo PT e PCdoB, pela CUT e CTB, Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, pelo MST, UNE, UBES, Conam, UJS, UBM, ANPG e Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé. O evento tem o apoio do Conselho Federal da OAB, da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo e da Comissão da Verdade da PUC-SP, sob a reitoria de Nadir Gouvêa Kfouri.
SERVIÇO
O que? Ato em homenagem à resistência e luta pela democracia
Quando? 18h, dia 2 de abril – quarta-feira
Onde? Teatro da Universidade Católica de São Paulo – Tuca/PUC-SP (rua Monte Alegre, 1024, Perdizes – São Paulo)
Quanto? Entrada gratuita (não é necessário retirar senha)
Da UNE