Mulheres da CUT e centrais denunciam retirada de direitos e convocam para atos

Em São Paulo, as sindicalistas amanheceram em frente ao metrô Brás para dialogar com população sobre os prejuízos da nova aposentadoria e da importância de participar das mobilizações dos dias 8,14 e 18

No primeiro dia útil de março, mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, sindicalistas amanheceram em frente a CPTM, no Largo da Concórdia, em São Paulo, nesta segunda-feira (2), para convocar a população para os atos que serão realizados este mês e denunciar os prejuízos da nova aposentadoria, os ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e os desmandos do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Em menos de duas horas, representantes do Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras da CUT e demais centrais sindicais – CGTB, CSB, CSP Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central Sindical e UGT – distribuíram mais de 8 mil panfletos que explicam os prejuízos provocados pelas novas regras da  Previdência.  O documento mostra como era e como ficou o acesso a benefícios como aposentadoria e pensão por morte.

“As mulheres precisam saber o que este governo fez e continua fazendo com a vida das mulheres. Com a reforma da Previdência toda classe trabalhadora perdeu, mas as mulheres, para variar, perderam muito mais”, afirmou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista.

“Há muitos anos a maioria das mulheres se aposentava por tempo de contribuição, mas este modelo acabou com Bolsonaro. Agora tem idade mínima para se aposentar e as mulheres, além de  trabalhar mais, vão ganhar menos”, explicou Juneia as mulheres que passavam pelo Largo da Concórdia.

“E como se não bastasse este ataque, o governo diminuiu pela metade a pensão por morte, que também é concedida majoritariamente às mulheres”, criticou a secretária.

Érica Aragão
Juneia distribuindo panfletos em frente a CPTM no Brás. Foto: Érica Aragão

Érica AragãoNo panfleto distribuído pelas sindicalistas há uma série de dados sobre a desigualdade de gênero no país, uma forma que as dirigentes encontraram para alertar as mulheres trabalhadoras sobre a importância delas participarem dos atos por direitos, democracia e contra Bolsonaro.

“As mulheres recebem, em média, 23% a menos do que os homens. São elas que trabalham 8,8 horas semanais a mais que eles e para as mais jovens, o desmonte da Previdência Social fará com que não tenham o direito de se aposentar”, diz trechos do documento, que finaliza com a chamada para o dia 8 de março, na Avenida Paulista, em São Paulo.

8 de março em todo o País

“É preciso ir para as ruas lutar por nossos direitos e o dia 8 tem este objetivo. E não é só em São Paulo que vai acontecer mobilização”, disse Juneia.

As mulheres da CUT e centrais vão protestar em todo país”, ressaltou.

Em São Paulo, as mulheres vão se encontrar a partir das 14 horas no Parque Mario Covas, próximo ao Masp e depois elas seguem em caminhada até a Avenida Paulista e terminarão o ato na Praça Rosevelt.

Segundo Juneia, as expectativas para o domingo são bem boas. “A gente espera que São Paulo esteja lotada no Dia Internacional da Mulher porque a luta das paulistas também será contra a reforma da Previdência de João Dória (PSDB) em São Paulo, que será votada em segundo turno nesta terça-feira (3).

“A gente acredita que vai conseguir levar um grande público, principalmente dos serviços públicos estaduais e municipais, que estão na luta contra mais esta retirada de direitos”, explicou a secretária.

14 de março

A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, lembrou que no dia 14, quando faz dois anos da morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e seu motorista, Anderson Gomes, as mulheres também sairão às ruas.

“Quem mandou matar Marielle e o seu motorista Anderson? Nós mulheres vamos cobrar esta resposta nas ruas”, frisou Juneia lembrando que o crime aconteceu há dois anos e até agora a família e o Brasil não sabem qual a resposta.

18 de março

18 de março será o “Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, Estatais, Emprego e Salário, Soberania, Defesa da Amazônia e Agricultura Familiar”.

Convocado pela CUT e demais Centrais sindicais, o 18 de março será um dia de mobilizações nos locais de trabalho, paralisações e atos nas principais capitais e nas cidades do interior do país.

“Nós mulheres também estaremos participando do dia 18, porque se mobilizar neste dia significa defender os seus filhos, a sua família e a sua vida. E eu não tenho a menor dúvida da importância de estarmos lá para fazermos um grande 18 por melhores condições de vida e com certeza isso engloba defender os serviços e servidores públicos”, finaliza Juneia.

CUT

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