Chanceler reafirma posição do Brasil pela paz em Gaza, mas lamenta postura de Israel

No Senado, Mauro Vieira lembra que posição brasileira é pela coexistência dos dois Estados, uma situação que parece mais distante a cada dia

Em quatro meses de guerra, de outubro de 2023 até o mês passado, o número de crianças mortas na Faixa de Gaza superou o total de crianças mortas em todas as guerras do mundo durante quatro anos, de 2019 a 2022. Os números são oficiais, da Organização das Nações Unidas (ONU) A entidade calcula o assassinato de uma criança a cada 10 minutos em Gaza. “Ação mira punição coletiva”, defendeu o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, nesta quinta-feira (14).

Para o ministro do Itamaraty, que compareceu à Comissão de Relações Exteriores do Senado, a reação de Israel é “desproporcional”. Parlamentares da extrema direita convocaram o ministro para “dar explicações” sobre a postura do Brasil em defesa da paz. Particularmente da escalada na diplomacia, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou o genocídio da população palestina ao Holocausto. Um processo de extermínio populacional e da cultura palestina, conhecido como Nakba, pelos árabes.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula, em fevereiro. Dessa forma, o chanceler explicou que a posição brasileira é clara: a paz com dois Estados.

“A posição do Brasil é em favor do diálogo e das negociações que conduzam à solução de dois Estados, com a Palestina e Israel convivendo em paz e em segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, disse. “Temos ouvido declarações cada vez mais recorrentes de altas autoridades do atual governo de Israel que passaram a falar abertamente sobre a ocupação de Gaza. Sobretudo, com o deslocamento forçado de sua população, e que jamais aceitarão a constituição de um Estado palestino”, completou.

Genocídio em Gaza

A cada dia, cenas de Gaza reafirmam a característica da operação israelense. Hoje, novamente, o exército sionista abriu fogo contra uma multidão de palestinos que aguardava a chegada de um caminhão com comida. De acordo com informações locais, seis morreram. Não foi a primeira ação contra famintos. Em fevereiro, forças israelenses abriram fogo contra palestinos em busca de comida. Mais de 100 morreram, enquanto autoridades comemoraram a ação.

Enquanto isso, o número de mortes já ultrapassou 29 mil em seis meses de investidas. Destes, mais de 60% mulheres e crianças. De acordo com a ONU, 576 mil palestinos estão com risco de morte devido à fome. Além dos ataques, Israel promove um cerco que impede a chegada de ajuda ou mesmo a fuga de civis, que apenas aguardam a morte nas ruas de uma Gaza destruída pelas bombas.

Da Rede Brasil Atual

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