Saaemg: MEC admite que Enem 2019 não é 100% confiável

A edição 2019 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) vem se confirmando um grande festival de erros por parte do Ministério da Educação (MEC). Agora, admitiu-se que nem todas as 180 questões aplicadas foram pré-testadas, o que pode comprometer a margem de erro da prova.

Outro ponto que marca a bagunça daquele que foi “o melhor Enem de todos os tempos” na avaliação do ministro da Educação, Abraham Weintraub: o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) realizou a conferência dos desempenhos dos participantes, mas não refez os cálculos dos parâmetros dos itens usados nas provas do exame.

Esse procedimento aumentaria a segurança dos resultados, mas levaria mais tempo para sua finalização – e o governo Bolsonaro preferiu abrir mão dessa avaliação para manter o cronograma do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e responder aos erros mais rapidamente.

Sobre o uso de questões que não foram pré-testadas, o Inep diz que isso também ocorreu em outros anos, por conta da falta de itens disponíveis para elaboração da prova. Tal informação nunca foi divulgada antes, e o instituto também não abordou os parâmetros de correção de cada questão, alegando que são informações sigilosas.

Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, tais informações constam de nota técnica apresentada à Justiça para justificar que a falha na correção de 5.974 provas do exame não exerceu “influência significativa” na nota de todos os candidatos.

Diante da explicação do ministério, a Defensoria Pública da União pediu a suspensão da liminar que barrava a continuidade do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Porém, pediu ao MEC a publicação de uma nota de esclarecimento em todos os seus sites oficiais, explicando todas as justificativas apresentadas judicialmente em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Além disso, os 172 mil alunos que pediram a recorreção de suas provas , mas que não tiveram nenhuma mudança nas notas, terão de ser respondidos individualmente.

Segundo fontes consultadas pelo jornal “Folha de São Paulo”, a conduta adotada pelas autoridades faz com que não seja possível ter 100% de confiança nos resultados do Enem, e a cúpula do Inep evita o retrabalho na base de dados por receio de novos questionamentos. E ressaltam que uma conferência neste nível só será feita caso exista uma determinação da Justiça.

Saaemg

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