Sinpro-Rio: Um ano de pandemia e o crime da omissão à ciência

"Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso" (Bertolt Brecht)

Neste mês de março, completa-se um ano de pandemia no Brasil. A primeira vítima da Covid-19 faleceu em 12 de março de 2020. Ao completar seis meses, em agosto, o Brasil já contava o número trágico de mais de 115 mil mortos e quase triplicou agora, ao se completar um ano de pandemia, com quase 300 mil óbitos. A ciência fez o possível para combater a Covid-19, mas, no Brasil, principalmente as autoridades federais não se mexeram. Pelo contrário, atrapalharam, com informações desencontradas, omitindo-se de ações com suporte científico, agindo de forma irresponsável com falsas terapias e desqualificando as vacinas. Genocídio?

A pandemia, todos sabem, não teve início no Brasil, pois a primeira contaminação se deu na cidade de Wuhan, na China, em primeiro de dezembro de 2019. As autoridades tiveram, portanto, tempo de montar estratégias para quando o mal chegasse ao país. Nada foi feito de eficaz por parte do governo federal.

No tocante à Educação, igualmente fecharam os olhos para os riscos que professoras, professores, demais trabalhadores, estudantes, pais e a sociedade em geral corriam. Sempre foi uma luta constante das entidades ligadas a trabalhadores na Educação para que não abrissem as escolas para a Covid-19.

Mas o poder da ganância tem falado mais alto, com patrões das escolas e autoridades públicas se acumpliciando no risco de mortes.

Foi um ano em que professoras e professores trabalharam bem mais do que já vinham trabalhando antes da pandemia. Tiveram que se adaptar às novas tecnologias para aulas remotas.

Mas os defensores do cifrão em detrimento das vidas continuam na mentira, mesmo sabendo da verdade. Mesmo sabendo que é real o risco de contaminação, de morte, no contato humano, na falta de estrutura das escolas para conter a Covid-19.

Notícias de mortes de professoras, professores e trabalhadores na Educação são diárias pelo Brasil afora, mas os óbitos não têm convencido aqueles que trocam vidas pelo dinheiro.

O Sinpro-Rio comandou uma greve pela vida, procurou conscientizar a sociedade de que escolas abertas podem significar caixões lacrados. Lamenta o fato de que a ganância nada aprendeu com os quase 300 mil mortos e mais de 10 milhões de contaminações.

A luta pela vida continua. Não vamos desanimar, mesmo lamentando as milhares de vidas perdidas em nome da economia. Governos municipais, estaduais e federal precisam se voltar para o apoio financeiro às pessoas mais carentes, ao pequeno e médio empreendimento.

Negar vacina, recursos emergenciais e fomentar aglomerações com empresas e escolas abertas é, sim, agir como genocidas.

Do Sinpro-Rio

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