Câmara homenageia 50 anos das greves de Contagem e Osasco

A Câmara dos Deputados realizou terça (10) sessão solene em homenagem aos 50 anos das greves de Contagem (MG) e Osasco (SP), realizadas em abril e julho de 1968, respectivamente. Além de dirigentes sindicais, participaram do evento protagonistas das greves – entre eles, João Joaquim Silva, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco na época do movimento.

A sessão solene teve participação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, Jorge Nazareno (Jorginho); do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem, Geraldo Valgas de Araújo; e da vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força Sindical) e coordenadora de Fórum Sindical dos Trabalhadores, Mônica Veloso.

Monica Veloso ressaltou a importância da participação da mulher na greve de 1968. “As mulheres tiveram um papel fundamental naquela greve, em Osasco. Eu cito as 200 trabalhadoras da fábrica de fósforo Granada que paralisaram suas atividades em solidariedade aos companheiros da Cobrasma”, lembrou a dirigente.

“Nós vivemos um momento ímpar hoje em nosso País, infelizmente. Percebemos a nossa democracia fragilizada. Quando vemos direitos sendo atacados, sabemos que a democracia está falhando na defesa desses direitos. Quando vemos a falta de segurança dos trabalhadores e trabalhadoras, no que diz respeito à qualidade de vida e ao seu espaço no local de trabalho, sabemos que essa democracia é ameaçada”, disse.

O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), autor da iniciativa, afirmou que, além da justa homenagem aos lutares do passado, o evento era uma fonte de inspiração para fortalecer a luta contra o golpe atual e a retirada de direitos dos trabalhadores brasileiros.

Outros eventos – No dia 16, os metalúrgicos de Osasco promovem ato, com exibição do documentário “Osasco é o Exemplo”, dirigido por Luiz Mora. Um debate no Sindicato dos Químicos da cidade está previsto para o dia 20 e contará com a participação de Stanislaw Szermeta, que integrou o Partido Operário Comunista.

Já no dia 26 é a vez da exibição do filme “Passaporte para Osasco”, de Rui Sousa. Outro debate, desta vez com o tema “movimento sindical nos dias de hoje”, irá ocorrer na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

História – Em abril de 1968, em Contagem (MG) ocorreu a primeira grande greve no Brasil desde o golpe que derrubou o presidente João Goulart quatro anos antes. Comandados pelo Sindicato dos Metalúrgicos, cerca de 1,2 mil trabalhadores da siderúrgica Belgo-Mineira interromperam suas atividades por dez dias em protesto contra o arrocho salarial.

A greve de Contagem reacendeu o sindicalismo no País e, em julho do mesmo ano, cerca de 3 mil trabalhadores da Cobrasma, metalúrgica em Osasco, na grande São Paulo, também cruzaram os braços por melhorias salariais.

Agência Sindical

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