Crescimento depende da disposição do governo, diz Lula: ‘ninguém vai investir em cavalo que não corre’
Em reunião ministerial com setor produtivo, a uma semana dos 100 dias de governo, presidente diz que atual “obsessão” é promover investimentos e “fazer esse país voltar a crescer”
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza na manhã desta segunda-feira (3) a terceira reunião ministerial desde a posse em 1° de janeiro. Depois dos grupos da infraestrutura e da área social, a reunião de hoje promove uma apresentação dos ministérios das área produtiva, explicou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na abertura. O encontro serve para preparar a discussão da semana que vem, quando o governo completa 100 dias. Na ocasião, o ministério fará um balanço das primeiras medidas e “acenará para as outras medidas do ano”.
Em sua fala, Lula afirmou que a gestão “já conseguiu recuperar quase todas políticas sociais”, com exceção dos programas “Água Para Todos e Luz Para Todos”. Os próximo passos, segundo ele, serão dados a partir de discussões sobretudo relativas à infraestrutura, setor em que há “muitas obras paralisadas”.
O presidente afirmou que não acredita nas avaliações que concluem sobre baixo crescimento do PIB, segundo alguns analistas. “Acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo. Vai depender muito da disposição do governo, da área produtiva. Ninguém vai investir em cavalo que não corre. Se você está em uma corrida de cavalo dizendo que seu cavalo é pangaré, que está cansado, ninguém vai fazer nenhuma aposta”, disse Lula.
Segundo ele, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), voltou da China com “100% de otimismo”. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Fávaro afirmou que o que trouxe “de mais importante na bagagem de lá (foi) o sentimento de que os laços de fraternidade entre o Brasil e China estão restabelecidos”.
Ele deu o exemplo do desembargo da carne bovina brasileira por conta do “evento atípico” que foi resolvido em 29 dias, “enquanto em 2021 foram mais de cem dias”.
Após a pneumonia que provocou o adiamento da viagem, Lula embarca à China entre os dias 10 e 11 de abril. Com o adiamento, o governo acabou antecipando o anúncio do arcabouço fiscal, o que foi feito na última quinta-feira (30).
Lula disse estar “acreditando que vai passar a sonhada nova política tributária” no Congresso Nacional e acrescentou que sua atual “obsessão” é promover investimentos e “fazer esse país voltar a crescer”. O presidente declarou ainda estar “muito otimista com a proposta de PPP (parceria público-privada) que vamos colocar em discussão”.
“O país crescendo vai gerar emprego, o emprego vai gerar salário, o salário vai gerar aumento de consumo do povo, a roda gigante da economia volta a funcionar e todo mundo vai voltar a ser otimista no país”, completou.