“Não é com violência que vamos resolver esse problema”, diz Daniel Cara

“Contra a violência na escola, a saída é construir processo de resolução democrática desses conflitos”, defende o estudioso e professor da USP

Diante dos graves problemas relacionados à violência nas escolas, o Conte Conta, desta segunda-feira (17), tratou sobre a onda de ameaças e ataques violentos às escolas e ouviu o professor da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), Daniel Cara.

Ele, imediatamente, refutou a violência como método de resolução dessa crise que acomete a comunidade escolar brasileira. “Não é com violência que vamos resolver esse problema”, chamou a atenção o professor.

Contra essa violência, a “saída é construir processo de resolução democrática desses conflitos”, ponderou Cara. “Violência da escola é a violência simbólica, que é muito forte no Brasil”, pontificou o estudioso.

Políticas bolsonaristas

O professor apontou a origem dessas anomalias, que têm acometido a sociedade brasileira e adentrou nas escolas. “São políticas como o Escola sem Partido, educação domiciliar, educação ou escola cívico-militar que criaram esse clima de esvaziamento da escola, de tentativa de enfraquecimento dos professores”, enumerou.

“A escola cívico-militar é a tentativa de enfraquecer a pedagogia — a ciência da educação — versus o autoritarismo”, explicou.

“A educação domiciliar, esta é extremamente delicada, porque é a tentativa de fazer com que a família seja sagrada. E o espaço escolar seja profano. E a sociedade seja profana e a casa seja sagrada”, criticou.

“É claro que isto está errado”, apontou Cara, e acrescentou: “não existe espaço sagrado. Existe espaço social”.

Para compreender estas e outros complexidades sobre este problema, assista a íntegra desta conversa mediada pelo coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, e conduzida pela jornalista da Confederação, Táscia Souza:

Marcos Verlaine

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