Pesquisa indica que 68% dos idosos no Brasil são os principais responsáveis pelo domicílio

Pesquisa realizada pelo Sesc, em parceria com a Fundação Perseu Abramo, aponta que entre as famílias brasileiras, quem tem rendimento constante são os beneficiários da Previdência Social

São Paulo – Pelo menos 64% dos idosos estão aposentados, e 95% deles contribuem com a renda da casa, sendo que 68% chefiam as famílias. É o que mostra pesquisa realizada pelo Sesc, em parceria com a Fundação Perseu Abramo (FPA), sobre Idosos no Brasil: Vivências, Desafios e Expectativas na 3ª Idade. Divulgado na última sexta-feira (21), o levantamento apresenta uma série de dados sociodemográficos e investiga o imaginário social da população brasileira sobre o envelhecimento, além de temas como saúde, moradia e aposentadoria.

Ao todo, 2.369 pessoas acima dos 60 anos foram entrevistadas em todas as regiões do país. Outras 1.775 entrevistas foram feitas também com o restante da população, de 16 a 59 anos. O objetivo, segundo os pesquisadores, era comparar o que um idoso pensa com os demais grupos da sociedade. As entrevistas foram coletadas do dia 25 de janeiro a 2 de março – pouco antes da pandemia ser decretada.

Entre os pontos identificados, o levantamento indica que a renda mensal de grande parte da população brasileira (44%), entre idosos e não-idosos, é de até dois salários mínimos. Entre os que têm mais de 60 anos, menos de um terço (24%) ganha entre 2 e 5 salários mínimos. “Nas famílias, quem tem uma renda constante é quem depende da previdência, o salário vem todo mês e eles conseguem planejar os gastos. Mas o que os idosos contam pra gente é que cada vez menos familiares seus têm empregos formais”, explica a assistente de Gerência de Estudos e Programas Sociais (Gepros) do Sesc São Paulo, Rosângela Barbalacco, em entrevista ao Seu Jornal, da TVT.

Sem renda, sem lazer

O estudo ainda identifica que, por conta da renda, as atividades de lazer entre os idosos também são prejudicadas. Pelo menos 44% deles responderam que preferem realizar atividades fora de casa, mas, sem dinheiro, 93% dos idosos ficam no próprio domicílio, assistindo televisão. De acordo com a pesquisa essa “é a única saída de lazer” para os que não têm renda e não conseguem viajar ou passear. “Eles declaram nas entrevistas em profundidade que vivem com o ‘cinto muito apertado’ para que possam caber todas as suas despesas”, ressalta a pesquisadora do Núcleo de Opinião Pública da FPA, Vilma Bokany.

Na avaliação da pesquisadora, faltam centros de referência e políticas públicas para que os idosos possam passar o dia fora de casa. “Muitos ficam sozinhos em casa durante todo o dia enquanto o restante da família sai para trabalhar. Não tem nenhum tipo de política para auxiliar os idosos a cumprirem suas necessidades lá fora, bancos e serviços públicos”, contesta.

O estudo também mostra que 79% dos idosos acessam a saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, 24% relatam dificuldades em marcar exames e adquirir remédios. A “falta de saúde” é a principal menção negativa em ser idoso para 74% dos entrevistados.

Rede Brasil Atual

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