Política cultural vem avançando, diz coordenador da Bienal da UNE

“As políticas culturais em nosso país vem avançando. Nos últimos dez anos, tivemos uma série de iniciativas que desenvolveu redes, conceitos e propostas, tudo isso com a participação popular dos movimentos culturais”, diz Rafael Buda.

Para todo festival engrenar, os preparativos contam com a colaboração e o entusiasmo do Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE (Cuca). Lançado na Bienal de 2001, o Cuca é um projeto de continuidade das iniciativas culturais da UNE, dentro das universidades brasileiras, para além das suas bienais. Trata-se de uma rede com núcleos em 12 estados, promovendo ações em diversas linguagens como audiovisual, artes plásticas, literatura, teatro e música.

Para explanar um pouco mais sobre a relação entre o Cuca e o festival estudantil, o coordenador geral, Rafael Buda, concedeu uma entrevista exclusiva ao site da UNE. Pernambucano, Buda deixa claro que essa edição da Bienal tem tudo para pesar uma tonelada. Confira:

Site da UNE: Qual a importância do Cuca na articulação para a 8ª Bienal? Como está acontecendo essa articulação?
Rafael Buda: Desenvolver o diálogo com esses estudantes e estimulá-los a participar dessa experiência única é a importância do Cuca para o projeto. Como articulação, estamos preparando caravanas por todo Brasil e estimulando as inscrições de trabalhos nas mais diversas áreas para que todos cheguem afiados para participar de forma qualitativa dos debates sugeridos.

Site da UNE: O que o Cuca está preparando para a Bienal?
Rafael Buda: Teremos momentos marcantes na Bienal: abertura, aula-espetáculo e culturata. Serão eventos muito emocionantes. Teremos o ’’Espaço Cuca’’ que vai ficar em um local muito agradável no Parque do Carmo e pretende reunir os veteranos para travar um debate sobre os novos desafios e perspectivas do projeto, organizar novos coletivos de Cucas com os novos participantes, além de oficinas, atividades culturais e uma surpresa que só vai saber quem vier participar!

Site da UNE: A cultura de Pernambuco estará em foco, já que é o estado-sede do evento este ano?
Rafael Buda: Sem dúvida, desde nosso homenageado, que é o grande Rei do Baião, até toda cultura rica e popular do estado de Pernambuco. Isso estará presente em toda Bienal em debates, oficinas, mostras, exposições, artistas convidados.

Site da UNE: O Cuca nasceu durante a 2ª Bienal da UNE. Como você avalia o crescimento do circuito ao longo desses 11 anos dentro do evento?
Rafael Buda: Hoje estamos passando por um outro momento da nossa rede, de mais formulação e articulação dos nossos projetos. Somos Pontos de Cultura, Pontão de Cultura, Agente Escola Viva, Tuxauas, membros do Conjuve e da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura. Tudo isso nos credencia para que consigamos dar passos mais largos. Estamos na fase final da elaboração do Plano Nacional de Cultura e Educação para a prática de Extensão. Observamos hoje que existe essa lacuna e que universidade e a troca de saberes são nossos lócus. Devemos assim, através dos projetos de extensão, desenvolver novas relações e estruturas em nossa rede. Portanto, temos muito trabalho em 2013 e muitos sonhos a realizar, o que faz com que isso oxigene os Cucas dando mais fôlego para que cada vez mais pessoas participem do movimento.

Site da UNE: A falta de planejamento estratégico para pensar cultura em nosso país ainda é evidente. De que forma o Cuca contribui para preencher essa lacuna?
Rafael Buda: As políticas culturais em nosso país vêm avançando. Nos últimos 10 anos, tivemos uma série de iniciativas que desenvolveu redes, conceitos e propostas, tudo isso com a participação popular dos movimentos culturais. Estamos passando por um novo ciclo e um arrefecimento em algumas áreas, mas é possível identificar projetos que estão tendo continuidade significativa.

Site da UNE: Sendo braço de cultura do movimento estudantil, pode-se dizer que o Cuca promove uma complementaridade entre cultura e educação?
Rafael Buda: Em nossas ações como Ponto e Pontão de Cultura, o Cuca sempre desenvolveu a troca de saberes entre a universidade e a comunidade/sociedade, rompendo os muros das instituições acadêmicas. Desse modo, foi possível refletir sobre a importância de promover constantemente esse diálogo e sua complementaridade entre cultura e educação.

Site da UNE: Qual recado você deixaria pra todos os estudantes que estão deixando suas cidades para participar da 8ª Bienal?
Rafael Buda: Minha primeira Bienal foi a 3ª, em Pernambuco, e, de fato, foi um momento que mudou minha vida. Poder conhecer pessoas de todo Brasil, seus sotaques, suas culturas, me fez ver o país de outra forma. Acredito que a Bienal é uma experiência única, e que todo universitário deveria participar! Tem coisas na vida que não podemos perder, e a Bienal é uma delas!

Com informações da UNE

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