Reforma da Previdência é o fim da seguridade, denuncia Gilson no Senado

O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, denunciou na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, na manhã desta terça-feira, 19, que o Governo Bolsonaro “pretende destruir a seguridade social do nosso país. Ele mesmo disse, nos Estados Unidos: ‘O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa’. Ora, os sinônimos de desconstruir são desfazer, desmanchar, desmontar, desmantelar, despedaçar, destroçar, destruir, quebrar, romper, desestruturar, desagregar, espatifar. É justamente esse o objetivo da reforma da Previdência”.

Durante a audiência pública, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), Gilson lembrou que 66% dos aposentados do Brasil recebem um salário mínimo e considerou que justamente essa parcela mais pobre do país será a mais prejudicada com a reforma. “É isso que eles vão atacar, é isso que eles estão destruindo: o miserável que ganha um salário mínimo lá na ponta, depois de trabalhar 30, 40 anos. A estimativa é que 33 milhões de pessoas sequer chegarão à condição de se aposentarem, se essa proposta for aprovada” enfatizou.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6/2019), que dispõe sobre a reforma da Previdência, foi duramente criticada por todos os que participaram de audiência pública. Os sindicatos de trabalhadores da educação defenderam a unidade dos movimentos sindicais contra a reforma.

Participaram da reunião representantes da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores em Universidades Brasileiras (Fasubra), do Sindicato Nacional dos Técnicos de Nível Superior das Instituições Federais de Ensino Superior, da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

O presidente da CDH, senador Paulo Paim, é autor do requerimento para o ciclo de debates sobre a PEC 6/2019. Ele lembrou que já foram discutidos a reforma da Previdência em sua amplitude e temas específicos, como o regime rural, a situação de quem já é aposentado e pensionista e o caso dos trabalhadores da educação, ocorrido nesta terça. Paim adiantou que as próximas audiências públicas tratarão dos impactos da reforma da Previdência sobre a economia, sobre o serviço público, o setor empresarial, a segurança pública, saúde, além de aposentadorias especiais em áreas insalubres. “É um debate em cima de ideias, de causas. E a nossa preocupação é com as causas do povo brasileiro”, afirmou.

Veja aqui a íntegra do pronunciamento do Gilson

Fotos: Federico Vázquez
Carlos Pompe

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