Sinpro/RS: Movimentos sociais querem reunir 100 mil pelo impeachment em Porto Alegre

No próximo dia 24 de julho novos protestos pedindo o impeachment de Jair Bolsonaro, emprego e vacina ocorrerão em todos o país

540 mil mortos em todo o país, 32 mil no Rio Grande do Sul, 14 milhões de desempregados formam o cenário para os protestos anunciados para o próximo final de semana. No último dia 18, aos gritos de “genocida, miliciano e ladrão de vacina”, manifestantes ocuparam as ruas em mais de 312 cidades brasileiras e 35 no exterior. Os atos ocorreram em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

Nesse sentido, o Rio Grande do Sul se prepara para mais um sábado de manifestações contra Jair Bolsonaro e suas políticas, no dia 24 de julho (#24J). Já estão confirmados atos marcados nas capitais de 24 estados e no Distrito Federal, além de uma centena de cidades do interior do país e de países como Alemanha, Portugal e EUA. Até o momento, são 120 localidades, mas a lista segue crescendo.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais (CTB, Força Sindical, CGTB, Intersindical, CSB e CSP) organizam, em conjunto com os movimentos sociais que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo um grande ato pelo “Fora Bolsonaro”, por vacina já para todos e todas, por empregos e contra a fome; pelo auxílio emergencial de R$ 600, contra a reforma Administrativa e as privatizações, nas capitais e nas cidades do interior do país.

Os dirigentes cutistas estão otimistas e acreditam que este ato será o maior dos três já realizados este ano, em 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho.  São aguardadas mais de 100 mil pessoas nas ruas da capital gaúcha.

No Rio Grande do Sul, vários atos estão sendo definidos e serão divulgados ao longo da semana. Em Porto Alegre, será realizada a Marcha dos 100 mil, com concentração às 15h, no Largo Glênio Peres.

Nota conjunta

Em nota, as centrais convocam trabalhadores para os atos e defendem que “só o povo em massa nas ruas vai impedir que se concretizem as aventuras autoritárias que o presidente tem insinuado, como a de que pode impedir a realização das eleições de 2022 ou não aceitar o resultado das urnas eletrônicas em caso de derrota. Por isso é cada vez mais necessária a presença de todas e todos nas manifestações para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a pautar um dos mais de cem pedidos de impeachment, como o superpedido subscrito pelas Centrais Sindicais”.

Pouca vacina, muita propina

“Todas as questões levantadas pela CPI da Covid só comprovam a participação do presidente da República de seus filhos, assim como os demais e cúmplices dentro e fora de seu governo nesse grande esquema de corrupção, que resultou em pouca vacina e muita propina”, ironiza o presidente da CUT/RS Amarildo Pedro Cenci.

Segundo ele,  todas essas informações se somam à já conhecida “política genocida”, que o presidente vinha implementando, “como se já não bastassem os milhões de desempregados”, numa economia combalida, fruto da forma como foi tratado esse modelo econômico adotado. “O Brasil não teve nem isolamento, nem vacina, se tornando um país vulnerável internacionalmente em todos os sentidos”, pontua.

“O restante do planeta está retomando a economia e o Brasil fica para trás, assistindo a retomada do mundo, porém, em profundas dificuldades. Diante desse cenário, dia 24 será o maior protesto de todos que já fizemos este ano. Será uma grande marcha pelo Fora Bolsonaro, mas também com esperança de construir um país soberano de direitos, de emprego, com renda e educação de qualidade para este povo que precisa tanto”, conclui.

Unidade pelo impeachment

A ideia dos sindicalistas é fortalecer o ato e pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) a pautar um dos 120 pedidos de impeachment de Bolsonaro, inclusive o superpedido protocolocado pela Central, partidos políticos e movimentos sociais, estão sendo organizadas plenárias estaduais com os participantes da campanha “Fora Bolsonaro”.

O movimento trabalha no sentido de ampliar a participação de todos os segmentos que defendem o fim deste governo. É o que afirma o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo de Camargo. “A unidade política dos movimentos sociais e de outros setores da sociedade, para que o ato seja o maior registrado até hoje”, destacada pelo secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo de Camargo.

“Tem de ter unidade entre diversos setores, apesar das nossas opiniões diferentes. Neste momento, é preciso abandonar essas diferenças e caminhar no que é convergente, no que nos unifica, que é tirar Bolsonaro do poder. Quem quer o fim deste governo, o fim das mortes, que traga a sua bandeira para as ruas, independentemente de ideologia, complementa Miltinho, que explica as razões para o povo ir às ruas “, destaca Ariovaldo.

O diretor da Executiva Nacional da CUT, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho considera muito bem-vindos aqueles que quiserem se juntar à CUT e aos movimentos sociais na ocupação das ruas com a bandeira “Fora Bolsonaro”.

Políticas públicas na pauta dos protestos

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, ressalta que o impeachment de Bolsonaro é para preservar as políticas públicas que estão garantidas na Constituição Cidadã, de 1988 e, para isso é preciso ir às ruas e se manifestar.

Segundo Heleno, com as propostas de privatização e cortes no orçamento em áreas essenciais, o governo quer que a população pague pelos serviços que hoje são  públicos, numa postura de destruição completa do papel do Estado no atendimento das políticas públicas.

“Se o povo permitir, será o caos e pior do que já está. Por isso, é preciso ocupar as ruas, tanto os movimentos organizados, como a população em geral”, salienta.

“Tirar as pessoas da miséria, reduzir a pobreza é o mínimo que um Estado deve fazer, mas Bolsonaro acha que isto é transformar a bndeira brasileira de verde e amarela em vermelha”, acrescenta Heleno.

O dirigente da CNTE cita como exemplo de desmonte os R$ 38 bilhões retirados da educação, a partir de 2015, e que o atual governo ainda privilegia os militares com mais verbas para a Defesa.

“O país não está em guerra para retirar recursos da educação para os militares. É um tratamento desigual. Este já é um grande motivo para os professores e educadores ocuparem as ruas”, convoca o presidente da CNTE.

Cuidados sanitários

Os organizadores reforçam a importância de ir às ruas com todos os cuidados necessários para se proteger do novo coronavírus, como o uso de máscaras, álcool em gel e evitar aglomeração sempre que possível.

* Com informações da CUT

Do jornal Extra Classe, do Sinpro/RS

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