‘Vai passar nessa avenida um samba popular…’ em favor da reforma política

 

“Vai passar

Nessa avenida um samba popular

Cada paralelepípedo

Da velha cidade

Essa noite vai

Se arrepiar

Ao lembrar

Que aqui passaram sambas imortais

Que aqui sangraram pelos nossos pés

Que aqui sambaram nossos ancestrais

 

Num tempo

Página infeliz da nossa história

Passagem desbotada na memória

Das nossas novas gerações

Dormia

A nossa pátria mãe tão distraída

Sem perceber que era subtraída

Em tenebrosas transações

(…)”

A letra da canção “Vai passar”, de Chico Buarque, trata de dois temas do momento no Brasil. Um deles, claro, o carnaval que se inicia amanhã (14), a “alegria fugaz” mencionada na música. A outra, a política brasileira, como as “tenebrosas transações” dos que se aproveitam das denúncias para defender a entrega da Petrobras – nossa mais importante empresa – aos interesses estrangeiros, numa tentativa de tornar a “pátria mãe” ainda mais “subtraída”.

Sem falar em outras medidas tomadas dentro do Legislativo por parlamentares mais interessados em manter seus privilégios e os daqueles que sustentam suas campanhas do que em realmente cumprir o papel para o qual foram eleitos: o de zelar pelo bem público. É o caso da admissibilidade da PEC 352/13, aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados, que aponta para o grave risco da aprovação de uma reforma política que, conforme ressalta a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, representará um retrocesso para a democracia brasileira.

A PEC em questão se contrapõe ao Projeto de Iniciativa Popular defendido pela Coalizão, da qual faz parte a Contee, destacando-se a tentativa de constitucionalização do financiamento de campanha por empresas. “Ela afronta a sociedade que quer liquidar com este tipo de financiamento de campanhas, principal fonte da corrupção eleitoral. E se coloca na contramão do voto já proferido STF pela inconstitucionalidade deste financiamento por seis dos 11 ministros”, explica a Coalizão. Tudo às vésperas dessa “ofegante epidemia que se chamava carnaval”.

Como festa popular, feita não só para, mas pelo povo, o carnaval não é, de maneira alguma, uma festa despolitizada. E isso é demonstrado claramente nos temas históricos escolhidos para enredos de escolas de samba e nas críticas sociais irreverentes feitas por blocos carnavalescos levados à rua inclusive por entidades sindicais.

É por isso que a Contee aproveita o ensejo do carnaval e o recesso que, na Confederação, vai até o dia 18 de fevereiro, para lembrar da importância de, além do bloco, colocar a pauta da reforma política também na rua. Como reafirma a Coalizão, “o Projeto de Reforma Política Democrática e Eleições Limpas da Coalizão surge como a alternativa que, com a mobilização da sociedade, pode barrar esta proposta conservadora [a PEC 352/13] e se apresentar como uma alternativa”.

E a “festa da democracia” continuará no dia 25 de fevereiro, uma semana após a quarta-feira de cinzas, com a realização de três eventos, em Brasília, para os quais a Contee reforça o convite da Coalizão para as entidades filiadas:

– reunião com todas as entidades da Coalizão para discutir as datas do Plano de Mobilização, sobretudo a data da realização da Semana de Mobilização e Coleta de Assinaturas, às 8h30 na 2ª Câmara do Centro Cultural da OAB. (SAS Quadra 05, Lote 02, Bloco N, Edifício OAB, 2ª Câmara (subsolo – Brasília/DF);

– ato de lançamento de uma Proclamação em Defesa da Democracia assinada pelo Presidente da CNBB, cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, e pelo presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, às 11h, na CNBB. (Setor de Embaixadas Sul, Quadra  801, Conjunto B – Brasília – DF);

– evento na Câmara Deputados às 15h, no Plenário 02 das Comissões da Câmara dos Deputados para debater o seu Projeto de Reforma Política Democrática (PL 6316/2013), com vista a ampliar o apoio parlamentar.

Com essa luta, quem sabe, poderemos ver de perto um país “a cantar a evolução da liberdade até o dia clarear”.

Da redação, com informações da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas

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