As eleições, os sindicatos e os trabalhadores | Por Por Marcos Verlaine

Por Marcos Verlaine*

Este é um ano eleitoral. Portanto, um ano importantíssimo para mais uma etapa da democracia brasileira. O pleito de outubro próximo é mais um ato da democracia brasileira, cuja importância e resultado refletirão nas eleições gerais de 2014. Isto é, as forças políticas que se saírem vitoriosas no pleito municipal estarão mais próximas da vitória em 2014.

É importante que o movimento sindical atue nesse processo que se avizinha, pois sua intervenção organizada poderá produzir resultados que contribuam com a qualidade dos prefeitos eleitos e, também, das câmaras de vereadores.

Trocando em miúdos. Se o movimento sindical e os trabalhadores querem melhorar a qualidade da representação é preciso atuar nas eleições lançando e apoiando candidatos ligados e comprometidos com as agendas social e sindical.

O movimento sindical – os sindicatos, as federações, as confederações e as centrais – deve atuar a fim de influenciar os trabalhadores a votarem em candidatos com perfil social, político e ideológico renovador e mudancista. Para isso, devem começar a debater esse processo.

PR: boa iniciativa da Nova Central
Um bom exemplo disso foi o seminário realizado, no dia 16 de fevereiro, pela Nova Central Sindical dos Trabalhadores do Paraná, que debateu em Curitiba, com dirigentes de vários sindicatos do estado as eleições municipais, os trabalhadores e trabalhadoras e seus reflexos nas eleições em 2014.

O evento teve o objetivo de desencadear discussões e apontar rumos para os dirigentes que desejam concorrer nas eleições municipais.

É importantíssimo que o movimento sindical não só lance candidatos, mas apóie outros tantos, que os chame para debater, que os apresente às categorias que representam, a fim de ampliar o protagonismo social e político dos trabalhadores.

2014 começa em 2012
Nas eleições de 2010, os empresários elegeram para o Congresso Nacional, 250 deputados e 23 senadores. Segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), é a maior bancada patronal que já ocupou o Legislativo federal.

Esta é uma correlação de forças que impede ou dificulta a agenda do movimento sindical avançar no Poder Legislativo. Para alterar este desequilíbrio de forças políticas é preciso atuar nas eleições municipais, com objetivo de eleger lideranças dos trabalhadores ou no mínimo projetá-las para as batalhas eleitorais do futuro.

Política, eleições, partidos e poder
Para exercer protagonismo no processo eleitoral, o movimento sindical deve considerar quatro elementos estruturantes:

1) a política é o único meio para resolver os graves e históricos problemas sociais e coletivos;

2) as eleições, no Brasil, são o único momento em que o poder fica em xeque. Assim, intervir nesse processo é fundamental para alterar os rumos da política no País;

3) só por meio dos partidos é possível disputar o poder. Os trabalhadores precisam compreender a necessidade dos partidos na democracia representativa, pois sem eles não é possível disputar o poder; e

4) a conquista do poder significa poder imprimir as políticas e projetos das forças vencedoras do processo eleitoral. Por isso, disputar é imperioso para forjar lideranças e construir as vanguardas dos trabalhadores.

(*) Jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap

Fonte: Diap

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