Centenas protestam contra a reforma trabalhista, em Tubarão

O sol já castigava, pouco antes das nove da manhã, mas o povo não parava de chegar. Representantes de movimentos sociais, sindicais, funcionários municipais, federais, trabalhadores do campo e da cidade, professores, carteiros, bancários, religiosos: centenas de pessoas ocuparam a avenida Marcolino Martins Cabral, no Centro de Tubarão, para manifestar sua revolta com a absurda proposta de Reforma da Previdência Social.

O movimento ganhou corpo em todo o país, e a região de Tubarão fez sua parte e deu seu recado: somos CONTRA a Reforma da Previdência e a todo o pacote de maldades do governo ilegítimo de Michel Temer. A manifestação teve início em frente à antiga rodoviária e seguiu até o Museu Willy Zumblick. Com palavras de ordens, faixas, cartazes e apitos, os participantes posicionaram-se também contra a Reforma Trabalhista e por nenhum direito a menos.

O presidente do Sindicato dos Ferroviários, Jerônimo Miranda Netto, observou que a falta de informação sobre o cenário do mundo do trabalho pós-Reforma da Previdência precisa ser combatida, e a população deve estar ciente sobre o que realmente poderá acontecer. “Porque não se trata de reforma, é a destruição da previdência! E nem se trata apenas da previdência, é a privatização, a destruição das leis trabalhistas, o congelamento dos gastos públicos com saúde, educação, saneamento básico, segurança. Este conjunto de ataques à população foi e está sendo cuidadosamente arquitetado, há bastante tempo. Não há déficit na Previdência, isso é mentira! O povo precisa acordar enquanto ainda há tempo. E nós estamos aqui para auxiliar neste despertar!”, acrescentou.

A presidenta do Sinpaaet, Gisele Vargas, chama nossos representantes políticos à responsabilidade. “O governo Michel Temer quer nos fazer engolir reformas absurdas e inaceitáveis, como a da Previdência e a Trabalhista. Viemos para as ruas dar uma resposta a eles: não aceitaremos qualquer tipo de redução de nossos direitos, conquistados ao longo de nossa história com tanto sacrifício. Este ato também é uma resposta aos nossos deputados federais e nossos senadores. Eles DEVEM escutar o povo, e o povo diz NÃO. Eles foram eleitos com o voto do povo, estão lá a nosso serviço, e não podem decidir, no Senado e na Câmara Federal, o nosso futuro sem nos consultar, sem ouvir nossa voz”.

Elizandra Anselmo, diretora do Sindicato dos Comerciários, acrescenta que a classe política precisa sentir a dor do trabalhador na pele, porque só assim para perceber o absurdo e o retrocesso que vem com esta Reforma. “A CUT é totalmente contrária a esta reforma e todas as iniciativas que vão contra os direitos dos trabalhadores. O que está em jogo não é apenas a destruição da Previdência, é também a privatização do SUS, remunerações abaixo do salário mínimo. Querem aprovar este absurdo enquanto relaxam em uma sala com ar-condicionado, sendo muito bem remunerados. Não são eles que estão nas ruas, não são eles que estão na roça. As mulheres serão ainda mais prejudicadas, já que executam a dupla jornada”.

Para os organizadores deste ato, hoje o comércio deveria ter fechado suas portas, como fez em ocasiões anteriores. “Isso foi realizado no ano passado, com a anuência dos patrões. Deveria se repetir, afinal, todos nós – os trabalhadores e também os pequenos e médios empresários – serão dramaticamente atingidos por estas reformas. O que está em jogo é a dignidade do povo brasileiro”, conclui Elizandra Anselmo.

Por Cíntia Teixeira dos Santos, da Assessoria de Comunicação do Sinpaaet

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