Diretores da Contee participam de “Socialização de saberes em tempos de Covid-19”

Na última quarta-feira (19), a convite da Rede de Movimentos Educacionais, Reme, dirigentes sindicais e representantes da Contee participaram de uma rodada do projeto “Socialização de saberes em tempos de Covid-19”, tratando das considerações sobre a reabertura das escolas. Conduzido pela socióloga e pedagoga Selma Brito, o evento virtual contou com a participação do promotor de Justiça José Vicente Santos Lima, do Grupo Especial de Defesa da Educação do Ministério Público do Estado da Bahia. Pelas entidades de base e pela Contee, participaram Adércia Bezerra Hostin dos Santos, coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais, Allysson Mustafa, coordenador da Secretaria de Políticas Sindicais, e Ailton Fernandes, diretor da Plena.

“De forma uníssona, o movimento sindical apresentou sua extrema preocupação com a possibilidade de reabertura das escolas num momento em que o número de mortes e de infectados no Brasil não apresenta desaceleração, o que pode levar à piora do quadro, com o adoecimento e mesmo morte de muitos trabalhadores em educação, além de alunos e das pessoas que fazem parte da comunidade escolar”, relatou Allysson. “Os professores não se negam a trabalhar, o que queremos é defender a vida e dizer não a qualquer possibilidade de contágio que a atividade presencial provocará”, enfatizou Ailton.

Segundo Adércia, a retomada necessária é a da discussão do processo pedagógico. “O que precisa ser feito pós-pandemia? Essa é uma das discussões que precisam ser concentradas. O retorno às aulas não está posto para agora, de imediato, porque os casos aumentam, não se estabilizam. Não está posto para setembro e quiçá para outubro, novembro. Coloco aqui como sendo prioritária a discussão da retomada indo mais longe, para o ano de 2021. Como será a retomada dos conteúdos que foram assistidos remotamente, qual o período de sondagem que esses alunos terão, como serão feitos os exames de final de ano? Essas questões é que deveriam ser a ordem do debate, e não retornar às aulas presenciais com total insegurança para o aluno, para o trabalhador, para as famílias e para a sociedade.”

Os diretores da Contee apresentaram, também, sua análise sobre as ações e não-ações do (des)governo federal no trato da pandemia, além da sua completa incompetência na gestão da educação brasileira. “No evento, que ocorreu de forma virtual, foram apresentadas informações sobre a situação dos trabalhadores em estabelecimentos de ensino, tratando do trabalho, do assédio, das pressões e intimidações produzidas pelo patronal neste momento, sem contar as reduções de salário e seus impactos na renda, qualidade de vida e saúde do trabalhadores”, resumiu o coordenador da Secretaria de Políticas Sindicais da Confederação. “O representante do Ministério Público da Bahia seguiu linha parecida, abordando as preocupações da instituição com relação a ausência de segurança e de confiança para um retorno às atividades presenciais neste momento.”

Por Táscia Souza

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