Sinpro-JF: Em conjuntura difícil, professores do setor privado encerram campanha com vitórias

A Campanha Salarial 2019 dos professores do setor privado transcorreu num quadro político regressivo e com forte viés autoritário, no qual a classe trabalhadora vem sofrendo sucessivos ataques. No setor privado, enfrentamos os desdobramentos da reforma trabalhista que precarizou as relações de trabalho e atingiu as organizações dos trabalhadores. O resultado de todas essas medidas é um horizonte de insegurança.

Nessa conjuntura, podemos considerar a Campanha Salarial 2019 como vitoriosa. Conseguimos manter a espinha dorsal da nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). As negociações se estenderam por dez meses. Foram realizadas 25 reuniões com os representantes dos estabelecimentos privados de ensino. O sindicato esteve presente nas escolas e estimulou a participação dos professores nas assembleias da categoria, mobilização fundamental para a Campanha Salarial 2019. Foram convocadas 14 assembleias, sendo uma delas realizada no Dia do Trabalhador. O Sinpro-JF conduziu com absoluta competência o processo que culminou na garantia das cláusulas que tornam nossa CCT, sem sombra de dúvida, uma das melhores do país. Asseguramos os pisos salariais, as bolsas de estudo, o adicional por atividade extraclasse, os quinquênios, os adicionais por titulação, entre outras conquistas históricas.

Asseguramos que o reajuste seja retroativo à data-base

Em mesa de negociação, conquistamos o reajuste salarial de 3,57% – equivalente ao INPC acumulado do período. O índice é retroativo à data-base da categoria, 1º de fevereiro. As diferenças, referentes à retroação dos efeitos financeiros, serão quitadas em duas parcelas, sendo a primeira somada ao salário de outubro e a segunda somada ao salário de novembro. Serão reajustados, pelo mesmo índice, todos os benefícios econômicos da nossa Convenção, como Bônus de Capacitação Profissional (BCP), etc.

Conquistamos cláusula sobre a ultratividade da nossa Convenção

O fim da ultratividade dos acordos e convenções coletivas foi uma das grandes injustiças da reforma trabalhista. Isso significa que a convenção passa a não valer mesmo que trabalhadores e patrões continuem em processo de negociação após o término de sua vigência. Depois da reforma, de uma hora para outra, nossos direitos históricos podem evaporar. Na Campanha Salarial 2019, conquistamos um avanço ainda inédito para a maioria os trabalhadores no país. Conseguimos incluir na Convenção cláusula que garante a ultratividade da norma por três meses, que podem ser renováveis.

Garantimos que o professor tenha assistência sindical no local de trabalho durante a rescisão e a resilição

Antes da reforma trabalhista, a rescisão do contrato de trabalho era realizada no sindicato. A nova legislação prevê que esse processo seja feito dentro da empresa, deixando o trabalhador muito mais vulnerável. Durante a negociação, o sindicato garantiu que os professores tenham direito à assistência sindical no local de trabalho em situações de rescisão ou de resilição parcial. Vale ressaltar que poucos sindicatos no país contam com cláusulas sobre resilição parcial em suas convenções.

Do Sinpro-JF

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