Trabalho infantil reduz desempenho escolar em até 11%, diz pesquisa

Trabalhar fora de casa faz cair desempenho de alunos do 5º ano. Estudo mostra efeitos do trabalho infantil na educação.

O trabalho infantil reduz o desempenho escolar em mais de 11% para alunos do 5º ano do ensino fundamental, segundo estudo realizado a pedido da Fundação Telefônica Vivo nos países da América Latina sobre o impacto do trabalho infantil. A pesquisa usa dados do Programa de Informações Estatísticas e Monitoramento do Trabalho Infantil (Simpoc), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e mostra que crianças e adolescentes que trabalham têm 3,1% menos probabilidade de frequentar a escola do que os jovens que não trabalham.

De acordo com a pesquisa, que analisa causas e consequências e dados detalhados sobre Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, trabalhar fora de casa pode ser responsável por um desempenho até 11% inferior dos alunos do 5º ano do ensino fundamental. Já o trabalho em atividades domésticas reduz o desempenho escolar em 6% nesta série, e em 4% entre alunos do 9º ano.

No Cone Sul, o Brasil apresenta o maior número de menores trabalhando (3,7 milhões), mas Paraguai tem a maior taxa de ocupação infantil (22,4%) seguindo Uruguai (14,7%), Brasil (8,6%), Chile (5,4%) e Argentina (4,6%), refletindo o grau de desenvolvimento e renda de cada país. Ainda segundo a pesquisa, o trabalho infantil caiu 8,6% no Brasil em 2011 na comparação com 2004. Dos 3,7 milhões de crianças e adolescentes que trabalham, 62,8% estão nas áreas urbanas e 37,2% nas rurais.

A pesquisa constatou ainda que a a estrutura familiar e o nível de escolaridade dos pais também influenciam no desempenho dos alunos. Um aumento de dois anos da escolaridade dos pais tem um efeito negativo sobre o trabalho infantil muito maior do que um aumento de 20% dos salários (renda da família). Além disso, o acréscimo de um ano da escolaridade da mãe e do pai também reduz, ainda que timidamente, a probabilidade dos filhos trabalharem

Do G1

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