Mulheres saem às ruas por igualdade e autonomia

“A nossa luta é todo dia somos mulheres e não mercadoria”. Esse foi o grito que guerra que tomou conta das ruas do centro de São Paulo, nesta quinta-feira (08), Dia Internacional da Luta da Mulher. O ato contou com a presença da Secretária de Gênero e Etnia da CONTEE, Nara Teixeira, e da Secretária Geral da entidade, Cristina Castro.

Além de representantes das Centrais sindicais, entidades dos movimentos sociais e sindicais, organizações feministas e estudantes, a passeata reuniu cerca de 10 mil mulheres e homens, por igualdade de direitos e contra qualquer tipo de discriminação. A caminhada se concentrou na praça da Sé, marco zero da cidade, e seguiu em direção à praça da República, percorrendo as ruas da região central.

A manifestação deste ano que, mais uma vez, reforçou a luta em defesa da autonomia, preservação da vida, combate à violência contra mulher, ganhou ainda mais força devido aos 80 anos da conquista do voto feminino. Fato que comprovou a importância da campanha pela aprovação dos PLs da Igualdade, que tramitam no Congresso Nacional.

Como lembrou a Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB: “Nós, da CTB, que compomos o Fórum das Centrais, manifestamos nosso apoio aos 80 anos do voto feminino e queremos mais espaço de poder. Queremos ocupar os postos de comando no movimento sindical. Mulheres unidas em todos os espaços”, declarou a dirigente.

Dirigentes cutistas também marcaram presença. Além da secretária Sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, o presidente Artur Henrique, o secretário de Relações Internacionais, João Felício, e a secretária de Comunicação Rosane Bertotti, participaram da mobilização.

Rosane Silva citou que o objetivo de as mulheres ocuparem as ruas era cobrar mais democracia, liberdade e autonomia, também no campo sindical. Nesse momento, ela lembrou que a Central realizará um plebiscito entre o final deste mês e durante todo o mês de abril para ouvir os trabalhadores sobre o imposto sindical. “Vamos todos dizer não a essa forma de cobrança”, afirmou. A proposta da Central é substituir o imposto por uma contribuição negocial definida democraticamente em assembleia.

Atuação do poder público

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Sônia Auxiliadora, ressaltou o papel essencial do Estado no combate à desigualdade. “As políticas públicas que promovam a equiparação de direitos é a nossa principal reivindicação. Para isso é preciso investir em creche, habitação”, lembrou.

Durante as intervenções, várias bandeiras de reivindicações históricas do movimento feminista foram levantadas, entre elas, a violência que ainda assola as mulheres brasileiras “Continuamos na luta contra a violência doméstica. O governo ainda não implantou o Pacto Contra a Violência. As delegacias das mulheres têm hora para fechar, mas, a agressão contra as mulheres não tem hora para acontecer” declarou Rosina Conceição, coordenadora da União Brasileira de Mulheres (UBM).

Neste 8 de março, a campanha de combate à violência contras as mulheres brasileiras norteou as falas. A deputada Leci Brandão (PCdo B-SP), fez a pergunta principal: “Onde estão as delegacias especializadas para as mulheres em São Paulo?” . E ainda ressaltou que as mulheres que não estão na luta é porque já foram mortas pela violência que ainda mata milhares de mulheres. “Para esse enfrentamento a necessidade de maior efetivação na aplicação da lei Maria da Penha é fundamental”, afirmou a deputada

Os recentes casos de violência foram lembrados como o massacre do Pinheirinho onde em grande maioria mulheres foram agredidas pelas forças de repressão do Estado e a forma violenta com que o judiciário vem tratando as lutas por terra que vem ocorrendo em todo o Brasil como mencionou uma das lideres do MST Kelly: “A justiça marginaliza os movimentos lutar não é crime, lutar por terra por moradia seja no campo ou na cidade é nossa bandeira de luta”.

A passeata desse ano se encerrou na Praça da República e as trabalhadoras do Brasil que lutam por um país democrático e justo deixaram o recado que não vão se calar.

Fonte: CTB e CUT, com informações da redação

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