Bolsonaro agride povo chileno e isola ainda mais o Brasil no mundo
Vociferando bobagens repugnantes, o presidente da extrema direita tem o dom de afastar até aliados e isolar, a cada dia mais, o Brasil no mundo. Como um admirador doentio da tortura, de torturadores e ditadores como Augusto Pinochet, ele acabou despertando críticas ácidas e generalizadas no Chile ao rebater a ex-presidenta do país, Michelle Bachelet.
“Não concordo, em absoluto, com a declaração feita por Bolsonaro a respeito de uma ex-presidente do Chile e, especialmente, a um tema tão doloroso quanto a morte de seu pai”, disse o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que se pronunciou sobre as declarações em que Bolsonaro ataca Michelle Bachelet e elogia a ditadura de Augusto Pinochet.
Repúdio transversal
Também o presidente do Senado chileno, Jaime Quintana, repudiou o ataque de Jair Bolsonaro à ex-presidente do país, Michelle Bachelet, atual Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos. Quintana disse que ao defender a tortura de Alberto Bachelet, pai da ex-presidente, durante o regime Pinochet, Bolsonaro “agride a memória dos chilenos”. O presidente do Senado também falou que o ataque monstruoso de Bolsonaro “deverá provocar um repúdio transversal e contundente de todos os setores políticos chilenos”
Quintana disse ainda que “Bolsonaro está colocando-se fora das relações multilaterias e não está à altura de um chefe de Estado em nenhum país do mundo”. O parlamentar exigiu uma postura firme do presidente do país, Sebastián Piñera, aliado de Bolsonaro. Quintana falou ao jornal chileno La Tercera nesta quarta-feira (4) logo depois dos ataques de Bolsonaro.
Agressão aos chilenos
Jair Bolsonaro agrediu Bachelet, duas vezes presidente do Chile ( 2006-10 e 2014-18) depois que ela, tampém nesta quarta, concedeu uma entrevista coletiva em Genebra na qual, perguntada sobre o Brasil, disse que o “espaço democrático” no país está diminuindo e manifestou preocupação pelo estado dos direitos humanos no país (aqui). Bolsonaro reagiu com uma postagem no Facebook elogiando o fato de o pai da ex-presidente, o general-brigadeiro Alberto Bachelet, ter sido preso e barbaramente torturado pelo regime Pinochet, morrendo em 1974 em consequência da violência sofria no cárcere. Bolsonaro escreveu que “seu país [Chile] só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à epoca”.
Quintana informou que as comissões de Direitos Humanos e de Relações Exteriores do Senado do Chile deverão emitir notas oficiais ainda hoje e que espera “uma reação enérgica” de Piñera e da Chancelari “ao que é uma agressão a todos os chilenos e chilenas”.
Com 247