Em Moscou, Bolsonaro presta homenagem a soldados comunistas e tem reunião com Putin
O presidente Jair Bolsonaro começou nesta quarta-feira (16/2) sua programação oficial durante a visita à Rússia. O primeiro compromisso foi a entrega de uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, nas imediações do Kremlin, sede do governo russo. No início da tarde, Bolsonaro vai se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin.
A programação oficial de Bolsonaro em Moscou começou por volta das 9h (horário local). Ele se deslocou a pé do hotel no qual está hospedado e se dirigiu com sua comitiva para o local da homenagem.
O Túmulo do Soldado Desconhecido é um monumento em homenagem aos milhões de soldados soviéticos que morreram durante a Segunda Guerra Mundial.
Bolsonaro foi recebido por autoridades russas e participou da cerimônia, considerada uma formalidade em viagens oficiais de chefes de estado.
A partir das 13h (horário local), está previsto o encontro entre Bolsonaro e Putin, no Kremlin. O brasileiro será recebido pelo presidente russo após cumprir um rígido protocolo sanitário. As autoridades russas pediram que Bolsonaro fizesse até cinco exames do tipo PCR para que ele pudesse se aproximar de Putin durante o evento.
O primeiro encontro terá uma duração aproximada de 20 minutos e terá a presença apenas de Putin, Bolsonaro e seus respectivos intérpretes.
Após esse encontro, os dois participarão de um almoço com a presença de um grupo restrito de integrantes dos dois governos. Está prevista, também, uma declaração conjunta feita pelos dois presidentes.
Após esse evento, Bolsonaro vai visitar a Duma, a câmara baixa russa, o equivalente à Câmara dos Deputados do país.
De lá, ele deverá participar de um encontro com empresários russos e brasileiros em um hotel próximo à Praça Vermelha. Este será o seu último compromisso oficial na Rússia antes de embarcar para a Hungria, na quinta-feira (17/02), onde deverá se encontrar com o primeiro-ministro do país, Viktor Orbán.
Visita em meio a tensão
A visita a Putin acontece em meio à tensão na fronteira da Rússia com a Ucrânia e o temor de uma invasão russa. Nas últimas semanas, a Rússia havia mobilizado pelo menos 100 mil soldados para a fronteira ucraniana. O movimento foi uma reação à possibilidade de que o país fosse incluído na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Os Estados Unidos e países europeus como Reino Unido e Alemanha reagiram indicando a possibilidade de impor sanções à Rússia. Na terça-feira, o governo russo anunciou a retirada de parte das tropas da região, numa sinalização de que um acordo poderia ser possível.
A confirmação da ida de Bolsonaro a Moscou causou reações no governo norte-americano. Nos bastidores, diplomatas dos EUA demonstraram contrariedade em relação à visita.
Há duas semanas, questionado sobre a visita de Bolsonaro a Putin, o Departamento de Estado dos Estados Unidos enviou uma nota à BBC News Brasil afirmando que o Brasil teria a “responsabilidade de defender os princípios democráticos e proteger a ordem baseada em regras, e reforçar esta mensagem para a Rússia em todas as oportunidades”.