Bolsonaro entrou mudo e saiu calado no ato fracassado do criminoso Silveira em Brasília

Aliados do presidente defendiam que ele não participasse dos atos em desagravo ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) neste domingo

O ato convocado por Jair Bolsonaro (PL), neste domingo (1º), em Brasília para atacar o STF (Supremo Tribunal Federal) e desagravar o deputado condenado Daniel Silveira (PTB-RJ) foi um fiasco. A manifestação estava esvaziada.

O presidente da República que promove e estimula manifestações contra os poderes constituídos chegou ao local por volta das 11h30 e cumprimentou apoiadores.

“[Vim] cumprimentar o pessoal que está aqui na manifestação pacífica em defesa da Constituição, da democracia, e da liberdade. Então parabéns a todos de Brasília, bem como todos brasileiros que hoje estarão nas ruas”, disse em ‘live’ aberta nas redes sociais dele.

O presidente não fez discurso no ato em Brasília. A previsão é apenas que participe, por meio de vídeo, da manifestação prevista para esta tarde em São Paulo.

‘QUEM AVISA AMIGO É’

Aliados do presidente, principalmente do Centrão, defendiam que ele não participasse dos atos em desagravo ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) neste domingo, por temor de discursos radicalizados que possam acentuar a crise entre os Poderes.

Integrantes do Legislativo e do Judiciário, com ou sem a presença do chefe do Executivo, temiam que as manifestações pudessem reeditar os atos de raiz golpista de 7 de Setembro do ano passado.

Os discursos nos carros de som na Esplanada criticaram o STF, em especial o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que tem Bolsonaro e os aliados dele como alvo – como é o caso do Inquérito das Fake News.

DELÍRIO E GOLPISMO

Em um dos trios elétricos, havia faixa estendida pedindo a criminalização do comunismo e a destituição dos 11 ministros do Supremo.

Apesar de o foco dos atos ter sido atacar o Judiciário, muitos discursos também tinham a esquerda e Lula como alvo, e ressaltavam a chamada pauta de costumes, como aborto.

A campanha de Bolsonaro à reeleição vai focar na pauta de costumes (moralismo), a fim de evitar a todo custo a pauta econômica, pois nesse quesito o chefe do Executivo não tem o que mostrar. Trata-se de governo sem realizações. Ao contrário. Tem “realização” de devastação.

O ato começou por volta das 10h. Organizadores pediram a pastores evangélicos e padres que se aproximassem e subissem no carro para puxar rezas. Após o Pai Nosso, um pastor discursou contra o aborto e pregou que a autoridade de Deus é maior que a de qualquer juiz.

Apoiadores do presidente organizaram atos neste domingo, em desagravo ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), em ao menos quatro capitais, além de Brasília: Salvador (BA), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

O ato na capital foi antecedido por motociata, da qual Bolsonaro não participou.

PAUTA DISRUPTIVA

Como Bolsonaro lidera um governo fracassado e sem realizações, ele segue a agenda disruptiva (ruptura, fratura). No sábado (30), ele usou evento oficial em Uberaba (MG) para convocar os aliados a participarem dos atos convocados para este domingo, 1º de Maio.

Em recado direto ao STF, o presidente disse: “[Aqueles] que, porventura, irão às ruas amanhã [hoje], não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo. Que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição. E dizer que não abrimos mão da nossa liberdade.”

“Amanhã [domingo] não será dia de protestos. Será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor pra todos nós”, completou, na Expozebu, maior evento da pecuária no País. O evento consta da agenda oficial do presidente e teve transmissão ao vivo pela TV Brasil, do governo federal.

Hora do Povo

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo