Contraditório, Lira diz que desemprego e inflação são os desafios a serem enfrentados nos próximos anos

Presidente da Câmara relembrou o poder de diálogo que possibilitou votações polêmicas e defendeu esforços para combater a pandemia e as consequências econômicas originadas da expansão da covid-19

Com discurso fora da realidade concreta do povo brasileiro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, na abertura dos trabalhos legislativos do Congresso Nacional, nesta quarta-feira (2), que os maiores desafios a serem enfrentados nos próximos anos são o desemprego e a inflação, “sem truques ilusionistas ou aventuras temerárias”, disse.

Isto porque, a Câmara dos Deputados não votou nenhuma proposição com objetivo de reduzir essas duas demandas da sociedade brasileira. Ao contrário. Por isso, o discurso contraditório com agenda que normalmente é implementada pela Casa.

Ele também cobrou a continuidade da votação da Reforma Tributária. “Para instituir o imposto sobre dividendos, reduzir o imposto da pessoa jurídica e atualizar a tabela da pessoa física, reduzindo ou eliminando a exação para a população mais pobre”, defendeu.

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Lira disse ainda que a Casa foi a grande fiadora da estabilidade política no País e segurou trancos, sobressaltos, arrefeceu crises e diminui a pressão. Ele defendeu o Poder Legislativo como o mais transparente e democrático da República.

“Não permitiremos retrocessos discricionários e quiçá imperiais”, disse.

“Estou certo de que [os poderes] não pouparão esforços para agir em sintonia, cada qual estritamente dentro de suas competências constitucionais, com o objetivo de satisfazer o que espera e exige a população”, afirmou Lira.

O presidente destacou as votações do ano passado que considera as mais importantes, como a Reforma Tributária, a autonomia do Banco Central, a regulamentação fundiária, o licenciamento ambiental e a alteração da lei de improbidade administrativa.

Em que essas votações ajudaram a reduzir a crise do desemprego e o grave problema da inflação galopante?

Foram para contemplar os interesses do mercado e do capital. Essas votações colidiram frontalmente com os interesses genuínos do povo trabalhador, que ainda sofre com a chaga do desemprego, a alta da inflação e a carestia dos preços dos alimentos básicos para as famílias.

Sobre as demandas da pandemia

“A Câmara dos Deputados continuará empenhada em prover os meios e construir soluções para enfrentar a pandemia da covid-19, como tem atuado durante todo este difícil período; e aqui incluo deputados de todas as correntes e partidos, de governo ou de oposição: sou testemunha do esforço de todos”, ressaltou.

O presidente da Câmara ressaltou ainda a necessidade de respeito à responsabilidade fiscal. Segundo Lira, isso gera previsibilidade e confiança para os agentes econômicos.

Combustíveis

Arthur Lira também cobrou mudanças nos preços dos combustíveis. Ele lembrou que a Câmara aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP 11/20) que altera a cobrança do ICMS sobre o produto. “A solução mitigaria em parte as variações dos preços do petróleo”, disse Lira.

Por fim, o presidente da Câmara pediu união ao País e defendeu que as disputas políticas fiquem restritas ao período eleitoral.

“As disputas e tensionamentos devem ficar para o momento de campanha. Agora o momento é união e diálogo porque o País tem pressa”, finalizou.

Empurra-empurra

No caso dos combustíveis, de um lado, os governos estaduais, que decidiram manter congelado o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) incidente sobre os combustíveis, responsabilizam a Petrobrás e o governo federal pela disparada dos preços aos consumidores.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, insistiu na estratégia de culpar os governadores pelo descontrole dos preços

Marcos Verlaine

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