Debate da Contee torna públicas as violações de direitos humanos sofridas por estudantes e trabalhadores da educação na Palestina

“Temos que em primeiro lugar buscar a humanização dos envolvidos. Encontrar um consenso internacional que leve em consideração a Organização das Nações Unidas e sempre, em todo instante, tomar a via da não violência.” Foi com essas palavras que o professor Paulo Daniel Farah, diretor do Centro de Estudos Árabes da USP, trouxe, numa ampla explanação sobre a educação e as diversas violações aos direitos humanos praticadas diariamente contra estudantes, uma árdua realidade palestina para o debate promovido nesta quinta-feira (29) pela Contee em Porto Alegre, como parte das atividades autogestionadas do Fórum Social Mundial Palestina Livre.

Através de fotos, o pesquisador, que trabalhou a questão do “espaço” para os palestinos em seu doutorado e pós-doutorado, salientou o problema da identidade para o povo árabe e mostrou a dificuldade educacional na Palestina e as humilhações diárias vividas por cada estudante ao ser barrado nas barricadas militares.

Farah foi antecedido, logo na abertura da mesa, pela coordenadora da recém-criada Secretaria de Políticas Internacionais da Contee, Maria Clotilde Lemos Petta, que destacou a importância da Contee assumir esse debate num dia histórico, em que a ONU decide sobre a elevação do status da Palestina para “Estado observador”. Durante sua fala, o professor da USP exibiu um vídeo ressaltando a visão repassada por Israel dos palestinos nos livros didáticos.

Depoimentos de solidariedade

O debate também contou com depoimentos dos participantes da 1ª Missão de Solidariedade, da qual participaram os diretores da Executiva da Contee José Carlos Padilha Arêas, coordenador da Secretaria de Políticas Sindicais, e João Batista da Silveira, da Secretaria de Assuntos Jurídicos. José Carlos retratou a realidade chocante do povo palestino, com destaque para as questões educacionais e as violações dos direitos humanos presenciadas durante a missão.

“A viagem foi muito chocante, pois foi possível ver de perto o sofrimento do povo palestino. Eles vivem em sua própria terra sem a liberdade essencial de ir e vir. Israel construiu um muro cercando toda a Palestina e dividindo o povo da região, desocupando as terras e destruindo famílias. Lá, não existe uma família que não teve algum membro preso ou torturado, sem nenhum tipo de julgamento legal”, expõe José Carlos, no livrete “Justiça, paz e liberdade para o povo palestino”, que apresenta as experiências de quem integrou a missão. “A luta pelo Estado palestino deve ser uma luta de todos os povos na defesa de seus Estados, pois reapresenta um enfrentamento ao projeto neoliberal que tenta enfraquecer as nações.”

Por sua vez, João Batista fez uma mostra fotográfica, evidenciando, através de imagens, a realidade palestina. “Um dos eventos mais importante foi a reunião que tivemos com o Sindicato dos Professores Palestinos, cuja sigla em inglês é Gupt (União Geral dos Professores Palestinos)”, conta, no livrete. “Ao descreverem as condições de trabalho da categoria, salientaram que às dificuldades inerentes à luta de classe acrescentam-se outras em função da ocupação israelense do território palestino. Os 518 pontos de fiscalização (checkpoints) israelenses existentes em todo o território palestino trazem transtornos e muita humilhação para o trabalhador palestino.”

Além deles, também manifestaram suas impressões a diretora do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do Espírito Santo (Saae/ES), Andreia Mírian Silva de Almeida, que representou a Federação Interestadual de Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fitee) de Minas Gerais e Espírito Santo, e o diretor da Força Sindical e dos sindicatos dos comerciários de Santo André e região do ABC paulista, Antonio Marsicano de Miranda. Andreia sublinhou o choque de ver crianças carregando armas e aprendendo longe das salas de aula uma prática de defesa que não deveria existir em nenhuma realidade, muito menos pra crianças.

“Justiça, paz e liberdade”

Logo após a mesa, foi lançado o livrete “Justiça, paz e liberdade para o povo palestino”, com apresentação da coordenadora-geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto, segundo a qual “a causa da Palestina é a causa da humanidade”. Num ato simbólico, o professor Paulo Farah foi presenteado com um exemplar, como representante e lutador em defesa da causa palestina. Já a coordenadora da Secretaria de Comunicação da Contee, Cristina Castro, apresentou o portal da Contee e destacou a iJmportância de nele se encontrar textos que subsidiem o debate.

Veja as fotos no Facebook da Contee

Leia os depoimentos dos dirigentes da Contee José Carlos Padilha Arêas e João Batista da Silveira

Da redação

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