Ex-ministro de Bolsonaro faz campanha eleitoral em culto e é repreendido por fiel: ‘tá errado isso aqui’

“Tá errado fazer isso aqui. Essa é a casa do Senhor. Aqui não é lugar de política. Vocês estão todos errados. Eu vim aqui emprestar a minha voz para o culto, eu não vim aqui para fazer isso”, gritou o fiel para Marcos Pontes e outros candidatos na igreja

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, o ex-astronauta Marcos Pontes (PL-SP), divulga a candidatura dele ao Senado durante culto religioso.

O bolsonarismo, assim, vulgarizou a política e as manifestações religiosas. Sob o presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil está sendo vulgarizado.

Em 29 de agosto, Pontes, candidato ao Senado por São Paulo, estava na celebração dos 80 anos da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil.

O homem que estava no púlpito anunciou a presença de Marcos Pontes no culto. Em seguida, pediu para que todos os candidatos a uma função pública dissessem o nome e o cargo a que pretendem disputar, para que todos pudessem orar por eles.

“Boa noite a todos. Antes de mais nada queria agradecer por esse convite, estar aqui com vocês hoje. Nós estamos alinhados na mesma direção, a favor do nosso País. Meu nome é Marcos Pontes, eu sou astronauta, ex-ministro de Ciência e Tecnologia e Inovações, ex-ministro de Comunicações, e atualmente candidato ao Senado aqui por São Paulo pelo PL, número 222. Obrigado!”, atendeu o candidato.

Outro candidato que aparece no vídeo é Sílvio Malheiro (PTB-SP), que concorre para deputado federal e se identificou como coronel aviador da Reserva da Força Aérea Brasileira.

Pouco depois, a turma do microfone foi interrompida por pessoa não identificada, que protestou contra a propaganda política: “Tá errado fazer isso aqui. Essa é a casa do Senhor. Aqui não é lugar de política. Vocês estão todos errados. Eu vim aqui emprestar a minha voz para o culto, eu não vim aqui para fazer isso.”

VEDAÇÃO LEGAL

A legislação eleitoral (Lei 9.504/97) proíbe propaganda de candidatos dentro de igrejas e templos religiosos no Brasil.

Esses espaços são classificados como bens de uso comum, assim como cinemas, ginásios e estádios. Por isso, quem pede voto durante atos religiosos — de qualquer religião — pode ser punido com multas de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

CORRIDA AO SENADO EM SÃO PAULO

Pesquisa Ipec encomendada pela TV Globo e divulgada na última quarta-feira (31) mostra o ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), na liderança com folga na disputa pela única vaga do Estado de São Paulo ao Senado Federal, com 25% das intenções de voto.

O candidato de Jair Bolsonaro (PL) na disputa, o ex-ministro e ex-astronauta Marcos Pontes (PL), e a deputada Janaina Paschoal (PRTB) aparecem empatados no limite da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Cada um tem, respectivamente, 12% e 6% da preferência do eleitorado.

Esta foi a primeira pesquisa ao Senado feita pelo Ipec em São Paulo. Aldo Rebelo (PDT) e Antônio Carlos (PCO) pontuaram 3%. O ex-secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido (MDB), candidato do governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Senado foi citado por 2% dos eleitores, mesmo percentual de Vivian Mendes (Unidade Popular) e Prof. Tito Bellini (PCB). Outros três candidatos tiveram 1%: Ricardo Mellão (Novo), Mancha Coletivo Socialista (PSTU) e Dr. Azkoul (Democracia Cristã).

A eleição para o Senado, no entanto, ainda é considerada muito aberta, visto que branco, nulo e nenhum somam, ainda, 15%. E indecisos outros 28%. Isso ocorre porque, diferentemente do voto para presidente da República, em que há alto percentual de consolidação, a escolha para senador costuma ser feita mais tarde no calendário eleitoral.

Foram feitas entrevistas presenciais feitas de 27 a 29 de agosto com 1.504 eleitores. A margem de erro é estimada em três pontos percentuais para mais ou menos, para um intervalo de confiança de 95%. O estudo foi registrado no TSE com o número SP-00761/2022.

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