Sinpro Minas: Greve continua! Professores farão nova assembleia na segunda-feira (13/06)

Reprodução/Sinpro Minas

Em assembleia nesta quarta-feira (8), professores de Belo Horizonte e cidades de abrangência da CCT MG decidiram permanecer em greve e voltaram a rejeitar a proposta dos donos de escolas para a campanha reivindicatória deste ano.

Nova assembleia foi marcada para a próxima segunda-feira, às 10h, quando os docentes vão decidir o rumo do movimento.

Na última rodada de negociação, os donos de escolas mantiveram a intenção de retirar direitos da categoria. Eles insistem, por exemplo, nas propostas de retirar bolsas de quem atrasar a mensalidade, de aumentar o número de situações que permitem reduzir a carga horária sem ter de indenizar os professores e de incluir no acordo uma oportunidade para a escola deixar de pagar horas extras aos docentes, o chamado “controle alternativo de jornada”.

Também querem dividir a categoria, ao defenderem uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) diferente para os docentes do ensino superior. Eles ainda se recusam a repor perdas inflacionárias, mantendo a proposta de 5% para o ensino básico e 4% para o superior – enquanto o índice oficial no último ano foi de 11,7%.

“Trata-se de uma postura intransigente e desrespeitosa do patronal, que inviabiliza o fechamento de um acordo para assinar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Vale dizer que, sem uma CCT assinada, nenhum dos nossos direitos, como o reajuste, as bolsas de estudos e o adicional extraclasse, fica assegurado”, destacou a presidenta interina do Sinpro Minas, Thaís D’Afonseca.

Os professores reivindicam recomposição salarial de acordo com a inflação acumulada e um ganho real de 5%, manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), regulamentação do trabalho virtual, entre outros pontos de valorização profissional.

“É justo que tenhamos um reajuste que não chega nem à metade da inflação, enquanto o valor das mensalidades subiu cerca de 17% nos últimos dois anos e o custo de vida aumenta a cada dia? É justo que nossos direitos sejam retirados, depois de dois anos de pandemia, quando os professores transformaram a casa em sala de aula e se desdobraram para garantir o ensino de qualidade, inclusive com investimentos do próprio bolso? São perguntas para as quais já sabemos as respostas”, disse Thaís D’Afonseca.

Na assembleia, diretores do Sinpro Minas denunciaram as práticas do sindicato patronal (Sinep-MG) para tentar desmobilizar a categoria. “O sindicato patronal, presidido pelo empresário Winder Almeida, dono de uma escola em Contagem, falta com a verdade quando diz que é a greve é desnecessária, já que as negociações estariam avançando. Ora, como dizer que houve avanços quando a pauta de reivindicações da categoria é ignorada e eles ainda insistem em retirar direitos? Da mesma forma, o patronal espalha desinformação ao dizer que os direitos dos professores estariam assegurados. Trata-se de artifícios retóricos, um discurso falacioso, com a finalidade de arrefecer a mobilização da categoria”, criticou Telma Santos, diretora do Sinpro Minas.

“Na realidade, o que eles querem é acabar com a nossa identidade docente. Querem nos vencer pelo cansaço. É fato que estamos cansados de tanto trabalho, de pouco reconhecimento e de muito desrespeito, assédio e pressão no interior das escolas. Mas nunca nos cansaremos de sermos professores e pertencermos a uma só categoria. Por isso, nossa principal aula nos próximos dias continuará nas ruas, para mostrar aos donos de escolas que exercemos uma profissão que merece respeito, dignidade e valorização! Vamos à luta, convocando os demais colegas e parando todas as aulas, porque nossa união representa nossos direitos!”, destacou Thaís D’Afonseca.

Nova assembleia de professores de BH e cidades de abrangência da CCT MG
Data: 13/6 – segunda-feira
Horário: 10 horas
Local: Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Rua Rodrigues Caldas, 33, Santo Agostinho – BH)

Do Sinpro Minas

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