A ascensão dos jovens e o predomínio das mulheres no perfil do eleitorado

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cumprindo sua função constitucional de divulgar dados sobre os eleitores, revelou que o país tem mais de 155 milhões de eleitores e eleitoras habilitados a votar nas eleições municipais 2024. Dentro desse contexto, confirma-se um aumento expressivo no número de jovens eleitores, além da manutenção da maioria feminina entre os votantes. Esses dados são fundamentais para entender o panorama atual da representatividade e o fortalecimento da cidadania no país.

Houve mudanças significativas no perfil do eleitorado brasileiro. O primeiro turno das Eleições está agendado para 6 de outubro e tudo indica que mais jovens irão às urnas. Os eleitores de 16 e 17 anos aumentaram 78,1% em relação ao último pleito, totalizando 1.835.781 jovens aptos a votar. Em 2020, esse número era de 1.030.563. Esse crescimento sinaliza um maior interesse dos jovens pela política, indicando uma geração mais consciente e engajada nos processos democráticos. A participação ativa dessa faixa etária é crucial para a renovação e dinamização do quadro político, trazendo novas perspectivas e demandas.

As mulheres continuam a ser a maioria entre os eleitores. Elas representam 52% do total, alcançando o número de 81.806.914 eleitoras. Essa predominância reflete a importância da participação feminina na construção de uma sociedade mais justa e representativa.

O reconhecimento e a valorização do voto feminino são essenciais para promover políticas públicas que atendam às necessidades específicas desse grupo, garantindo equidade e inclusão. No entanto, são muitas mulheres votando, mas ainda são poucas nos espaços de poder e nos cargos eletivos. É preciso mudar a realidade vigente.

Nesse sentido, a formação escolar tem um papel decisivo na conscientização política dos eleitores. A educação fortalece a compreensão dos direitos e deveres dos cidadãos, incentivando a participação ativa no processo eleitoral. Em um cenário onde jovens e mulheres se destacam, é imprescindível investir em uma educação que promova o pensamento crítico e o engajamento cívico, preparando-os para exercerem seu papel na democracia de maneira informada e responsável.

O aumento da participação dos jovens e a contínua predominância feminina no eleitorado são indicativos do fortalecimento da cidadania no Brasil. A democracia se enriquece com a diversidade de vozes e experiências, e a ampliação do engajamento político desses grupos contribui para um processo eleitoral mais representativo e plural.

Os dados divulgados pelo TSE mostram avanços consistentes na inclusão de novos eleitores, especialmente entre os jovens. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados. A participação eleitoral de pessoas com mais de 60 anos diminuiu, destacando a necessidade de políticas que incentivem o voto dessa faixa etária. Além disso, a questão da identidade de gênero no eleitorado, abordada pela primeira vez, revelou que uma parcela muito pequena dos eleitores se identificou como transgênero, indicando a relevância de promover a inclusão e o reconhecimento de todos os grupos na sociedade.

O perfil do eleitorado nas eleições de 2024 reflete um Brasil em transformação, com uma participação mais expressiva de jovens e mulheres. Esses dados são essenciais para compreender as dinâmicas políticas atuais e planejar ações que promovam uma representatividade mais justa e inclusiva.

A consolidação da cidadania passa pelo reconhecimento da diversidade e pela promoção de um processo eleitoral transparente, seguro e democrático, assegurando que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.

As eleições municipais de 2024 serão um marco na história política brasileira, evidenciando a importância do engajamento de todos os cidadãos na construção de um futuro mais democrático e representativo.

Por Vitoria Carvalho, sob supervisão de Romênia Mariani

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