Nesta quinta (2), bancários protestam contra a autonomia do Banco Central

Em greve desde a terça-feira (30), os bancários estão promovendo um ato para esta quinta-feira (2) contra a autonomia do Banco Central, em frente a sede da instituição em Brasília (DF).

Os trabalhadores acreditam que a proposta, então defendida pelos presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), se choca com as posições que os bancários vêm defendendo ao longo do tempo. Para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, é importante que esse debate seja feito com mais transparência com a sociedade.

“Queremos dialogar com a população sobre os riscos que o país corre se essa agenda dos bancos for implementada e mostrar que, ao contrário, o Brasil precisa de mais desenvolvimento, mais e melhores empregos e distribuição de renda. Essa independência significa entregar a condução da política macroeconômica do país ao mercado financeiro roubando essa atribuição constitucional dos governos democraticamente eleitos pela população”, explicou.

Para Jairo Pedro Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), o banco Central deve ter um papel de regulação e de fiscalização do sistema financeiro e deve ter, obrigatoriamente, um atrelamento com o Estado.“Ele tem que ser uma ferramenta que favorece ao controle da sociedade sobre a inflação, sobre o sistema financeiro”, analisou.

Bancos públicos

A proposta de enfraquecimento dos bancos públicos também preocupa o Comando Nacional dos Bancários. Eles lembram o papel de central importância que essas instituições tiveram na crise de 2008 quando aumentaram a oferta de crédito de 36% para 51% enquanto as instituições privadas diminuíram o volume.

“Os bancos privados querem usar o Estado para reduzir o papel dos bancos públicos. Essa redução, combinada com o fim do crédito direcionado, significaria a extinção dos financiamentos a juros mais baixos da agricultura familiar, dos programas de moradia como Minha Casa Minha Vida, do microcrédito e das obras necessárias de infraestrutura de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, geração e transmissão de energia”, alerta Cordeiro.

O ato acontecerá a partir das 17 horas em frente a sede do Banco Central, em Brasília (DF). Acontecerão protestos também nas representações do BC em São Paulo (15h), Rio de Janeiro (16h), Belo Horizonte (15h), Salvador (10h), Curitiba (10h), Porto Alegre (12h), Recife (10h), Fortaleza (16h) e Belém (9h).

Do Brasil de Fato

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