Mortalidade infantil reflete recessão e corte de gastos, afirma Dieese

O diretor-técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio, comentou o aumento no índice na mortalidade infantil divulgado pela Fundação Abrinq. De acordo com relatório da entidade, houve interrupção da queda de mortes evitáveis de crianças de 1 a 4 anos, que voltou a crescer.

Para Clemente, o resultado está fortemente ligado à recessão econômica e à política do governo, que reduziu investimentos em políticas socais. Segundo o dirigente do Dieese, crianças estão morrendo por corte em políticas públicas.

Clemente afirma: “De um lado, o desemprego e o arrocho salarial trouxeram milhares de famílias de volta à situação de pobreza e até de miséria. Somado a isso, a crise fiscal levou o governo a efetuar cortes nos programas sociais. Isso traz consequências às famílias e, especialmente, às crianças, que, por meio dessas políticas sociais, passaram a ter proteção na fase da infância para seu crescimento e desenvolvimento”.

Em 2016, dado mais recente disponível, o número de óbitos nesta faixa etária aumentou 11%, segundo números do Ministério da Saúde. Isso após 13 anos de queda.

Para o diretor-técnico do Dieese, a recessão, os cortes em determinados programas, além da seca que atingiu regiões do Nordeste são alguns dos fatores determinantes para esse resultado. Clemente lembra que cortes em políticas de transferência de renda, no Programa Mais Médicos, na oferta de vagas em creche, redução de recursos da merenda, são fatores que criaram uma situação de penúria nas condições de vida entre os mais pobres.

“Toda essa combinação cria uma situação delicada que está levando à morte milhares de crianças. Porque são os mais pobres que sofrem mais esses impactos, com o desemprego e a pobreza”, reforça Clemente.

Ele destaca que estas decisões são tomadas pelos governantes que estão no comando da nação. Por isso, ele recomenda, é fundamental eleger candidatos comprometidos com políticas voltadas para os mais pobres.

Agência Sindical

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