Datafolha: Apenas 6% rejeitam tanto Lula quanto Bolsonaro

Petista tem prevalência no segundo turno entre eleitores que preferem outros candidatos

A rejeição múltipla aos dois principais candidatos à Presidência atinge 6% dos eleitores, de acordo com pesquisa divulgada na última sexta-feira (9) pelo Datafolha.

Apesar de terem índices de rejeição relativamente altos, o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 51%, e o ex-presidente Lula (PT), com 39%, compartilham poucos eleitores resistentes aos nomes de ambos.

A taxa inclui os entrevistados que escolheram os dois candidatos dentre aqueles em quem não votariam de jeito nenhum (5%), bem como aqueles que declararam rejeitar todos os presidenciáveis (1%).

O índice explica o fracasso, até agora, da estratégia da chamada “terceira via”, que busca eleitores contrários à polarização.

Lula e Bolsonaro também são as principais opções de quem não escolhe a dupla como primeira alternativa de voto. Ambos têm taxa de 25% nesse grupo, contra 12% de Ciro Gomes (PDT) —a margem de erro nessa fatia é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.

Entre os que não querem o atual ou o ex-presidente, Bolsonaro tem a maior rejeição: 57%, contra 45% de Lula. Esse grupo também opta mais pelo petista (38%) do que pelo atual mandatário (24%) num eventual segundo turno. A taxa dos que pretendem anular o voto, porém, é alta: 32%. Outros 6% dizem não saber.

No quadro geral da disputa, a mais recente pesquisa do Datafolha mostrou um cenário estável, com Lula liderando a corrida de primeiro turno com 45%, ante 34% de Bolsonaro.

O presidente, contudo, oscilou positivamente dois pontos, dentro da margem de erro, e nominalmente esta é a menor distância entre eles desde maio de 2021.

Realizado na quinta (8) e na sexta (9) da semana passada, o levantamento assim pôde medir o impacto imediato das grandes manifestações comandadas pelo presidente por ocasião do 7 de Setembro, na quarta.

Bolsonaro participou de comícios paralelos a eventos oficiais para o mesmo público em Brasília e no Rio, e em São Paulo houve concentração na avenida Paulista.

Durante e após os atos, em que o presidente evitou criticar o sistema eleitoral e estimulou o golpismo explícito para os apoiadores, seus aliados montaram uma grande rede de distribuição de mensagens dando a ideia de que haveria uma “virada” em curso.

Folha de S.Paulo

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