Brasileiros se levantam contra assassinato de crianças palestinas em Gaza

Entidades da sociedade civil convocam para um ato em São Paulo na sexta-feira (15), contra o assassinato de crianças palestinas por Israel em Gaza

Por Gabriel Valery, da RBA

São Paulo – Coletivos, sindicatos e outras entidades da sociedade civil organizada realizam na sexta-feira (15) uma manifestação em São Paulo contra o genocídio da população palestina. Mais especificamente, será um “Ato pelas Crianças Palestinas”. Crianças, estas, principais vítimas do massacre promovido por Israel na Faixa de Gaza. Até o momento, são mais de 20 mil palestinos assassinados, sendo 10 mil crianças. Se contabilizar crianças e mulheres, são 70% das vítimas.

“Não podemos desistir da humanidade. Precisamos falar sobre os palestinos. Na sexta-feira teremos um ato, um chamado por um amanhã. Por uma Palestina livre. As crianças são o futuro e Israel quer eliminar o futuro ao avançar com o genocídio e limpeza étnica”, explica Soraya Misleh, jornalista membro da diretoria do Instituto de Cultura Árabe e da Frente em Defesa do Povo Palestino. Ela falou sobre a situação em Gaza ao noticiário Onze News, da TVT, conduzido pelo jornalista Gustavo Conde.

Lia Jonnes, do Coletivo pelas Crianças Palestinas, também participa da organização do ato. Ela comentou sobre parte das ações programadas para acontecer das 11h às 18h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. “Estamos organizando instalações. Sapatinhos de crianças com gotas de sangue que remetem a uma simbologia de Rosa de Luxemburgo, afogada. Para nós, símbolos de mais de 10 mil crianças mortas. Isso estará na calçada do vão livre do Masp, junto de corações como símbolos universais da vida”, disse.

Nakba contínua em Gaza

Soraya reforçou que os recentes ataques de Israel não são novidades. Ao contrário, são parte de um contexto histórico de genocídio. “Vivemos um momento muito dramático. Uma nova fase da Nakba contínua. Catástrofe, cuja pedra fundamental é a fundação do Estado colonial de Israel em 1948. Já são mais de 75 anos de expansão colonial agressiva, regime de apartheid. Hoje, tirando uma pequena trégua na matança, temos um genocídio em curso no gueto de Gaza. Gueto, porque há um cerco criminoso contra Gaza há 15 anos. Já havia crise humanitária dramática”, lembrou.

Na comunidade internacional

“Mais da metade da população de Gaza tem até 18 anos. Metade das crianças já enfrentavam crise de desnutrição. Crianças que cresceram vendo bombardeios. Cinco bombardeios massivos antes desse genocídio em curso. Uma violência corrente. Israel já controla tudo. Uma situação terrível, dramática. Essa é uma pequena parte da Palestina ocupada. São 25 mil crianças órfãs, crianças vendo seus pais queimados vivos por bombardeios assassinos; 1,8 milhão de pessoas foram expulsas do Norte, mas Israel começou a bombardear o Sul. Escolas, hospitais, tudo. São 700 mil crianças deslocadas. O representante da Unicef fala que é uma guerra contra crianças”, completou.

De fato, as Nações Unidas vem subindo o tom contra o massacre de Israel. O secretário-geral, António Guterres, chegou a apontar os ataques como genocídio e pediu por um cessar-fogo imediato. O fim dos ataques contou com aprovação da comunidade internacional, quase com unanimidade. Contudo, os Estados Unidos, aliado incondicional de Israel, vetou a decisão pela paz no Conselho de Segurança da ONU.

Contudo, mesmo os Estados Unidos estão incomodados com a postura do governo sionista de Benjamin Netanyahu. Ontem (13), o presidente Joe Biden disse, em evento com investidores, que “Eles (Israel) estão começando a perder esse apoio com os bombardeios indiscriminados”. Embora, ressaltou, no sentido de aliado histórico, “não há dúvidas sobre a necessidade de enfrentar o Hamas”. Então, disse que Israel tem “todo o direito”.

Da Rede Brasil Atual

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo